PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

APÓS O LIVRAMENTO, NADA MUDOU!


Provavelmente, já fizemos muitas promessas a Deus que não deram em nada. Afinal, nosso coração é enganoso como diz Jeremias 17:9 e incapaz de obedecer a Palavra de Deus sem a ajuda indispensável do Espírito Santo. Somos muito semelhantes a faraó, quando mantinha cativo o povo de Israel. Veja a razão.
Muitas e muitas vezes recebemos o livramento divino de algo e, imediatamente após, voltarmos a nossa vida normal como antes.  Veja o que fez faraó em Êxodo 8:15: “Mas quando o faraó percebeu que houve alívio, obstinou-se em seu coração e não deu mais ouvidos a Moisés e a Arão, conforme o Senhor dita dito.” E, de forma mais astuta e mentirosa ainda, faraó chega a dizer (apenas da boca para fora) que pecou. Veja que discurso teoricamente correto, mas desprovido de verdade em Ex 9:27: “Então o faraó mandou chamar Moisés e Arão e disse-lhes: Desta vez eu pequei. O Senhor é justo; eu e o meu povo é que somos culpados”. Bela confissão (teórica), mas totalmente mentirosa. Foi capaz de impressionar Moisés e Arão, mas não impressionou Deus que conhece a todos perfeitamente. A prova disto é que  no verso 34, lemos a atitude de faraó posterior ao livramento que recebeu de Deus: “Quando o faraó viu que a chuva, o granizo e os trovões haviam cessado, pecou novamente e obstinou-se em seu coração, ele e seus conselheiros”. É muito grave a situação daquele que confessa como faraó e, após receber o livramento, volta às suas velhas práticas como ele. É o caso do povo que quer usar Deus, mas que não deseja relacionar com Ele. Desejam as bênçãos, mas não o Abençoador. É grande o número de cristãos com esse coração que se mostra piedoso quando está em apuros, mas que ao receber o livramento, o endurece novamente, mantendo a velha obstinação, não dando ouvidos ao Evangelho. São como crianças que diante da real possibilidade de serem disciplinadas, prometem nunca mais fazer aquilo e, imediatamente ao receberem o livramento, voltam na mesma prática reprovável. Não estão preocupadas na obediência por amor a Deus e aos pais, querem apenas o livramento da punição. E para isto, prometem tudo! Semelhantemente, temos os cristãos que agem assim com Deus, tentando negociar um livramento com Ele, porque ainda desconhecem completamente quem Ele é. Pensam ser capazes de enganarem ao Senhor com falsa piedade, até dizendo-se terem pecado, fazendo mil e uma promessas bonitas, mas mentirosas e com segundas intenções. São pessoas que não se relacionam corretamente com o Senhor, pois pensam enganá-Lo com seus teatros, promessas e suas mais variadas máscaras de piedade. Faraó enganou a Moisés e Arão sim. Todavia, ele jamais enganou a Deus. São muitas às vezes em que nos momentos difíceis fazemos promessas a Deus, e Ele, conhecendo nossa pecaminosidade, misericordiosamente nos atende livrando-nos de aflições. Mas, tão logo recebemos o livramento, voltamos às mesmas práticas e com o mesmo coração obstinado. É o caso, por exemplo, do jovem que envolvido com a bebida ou com as drogas,  bate o carro e vai parar no hospital. Ele ora a Deus para livrá-lo da morte e até de sequelas físicas do acidente, dizendo que se sair dessa grave situação não mais andará com amigos errados e não mais voltará a beber e usar drogas. Passado um tempo ele, Deus o restabelece. E o que geralmente acontece? Na semana seguinte, passado o susto, a maioria se esquece do pecado cometido e da promessa feita a Deus e do perigo que a bebida e as drogas lhe causam. Após o livramento do risco de morte ou de graves sequelas físicas, se não houver sincero arrependimento, o coração novamente ficará novamente obstinado contra Deus e a sua vida voltará tudo como era antes, como se nada houvesse acontecido. Ou, noutro exemplo, o caso da moça que, ainda namorando, está com suspeita de gravidez. Então ela ora a Deus e promete a Ele que se não tiver mesmo grávida, ela romperá com práticas sexuais ilícitas enquanto solteira. Mas, quando o resultado da gravidez sai e é negativo, ela comemora, fica aliviada, mas na semana seguinte volta às suas práticas sexuais livres novamente, apenas tomando mais cuidados com métodos preventivos. Isso, porque não houve sincero arrependimento nos dois casos. Não disseram como Davi no Salmo 51:4:  Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos.” Os casos são os mais variados possíveis, mas uma coisa é certa: quando não há sincero arrependimento diante de Deus, nenhum livramento, nenhuma cura pode nos sustentar e nos manter nos caminhos da santidade. Sempre iremos fazer lindas promessas, mas todas vazias, hipócritas, sem qualquer realidade espiritual. Deus, obviamente, não é enganando com isso, nós mesmos que nos enganamos e a verdade não está em nós, como disse I João 1: 8, e ainda, no verso anterior de número 6, lemos outra séria advertência: “Se dissermos que mantemos comunhão com Ele, e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”.
Portanto, aprendemos que: a) Deus é soberano sobre tudo e todos, ímpios e cristãos; b) Deus não faz vistas grossas diante da nossa obstinação, Ele nos disciplina e prevalece sobre ela; c) Promessas de nossa parte não nos garante uma vida espiritualmente correta e sadia, Deus sonda as motivações e nosso coração; d) precisamos nos arrepender genuinamente diante de Deus e não ficar prometendo coisas somente quando estamos em apuros; e) Deus não acredita e não se impressiona com nossas promessas, Ele nos conhece e sabe que somos pó; f) Deus deseja arrependimento e abandono do pecado; g) Por fim, aprendemos que um coração que busca Deus somente para o livramento dos problemas  e não para relaciona-se com Deus, evidencia um coração que jamais foi realmente salvo por Jesus Cristo.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

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