Provavelmente, já fizemos muitas
promessas a Deus que não deram em nada. Afinal, nosso coração é enganoso como
diz Jeremias 17:9 e incapaz de obedecer a Palavra de Deus sem a ajuda
indispensável do Espírito Santo. Somos muito semelhantes a faraó, quando
mantinha cativo o povo de Israel. Veja a razão.
Muitas e muitas vezes recebemos o
livramento divino de algo e, imediatamente após, voltarmos a nossa vida normal
como antes. Veja o que fez faraó em
Êxodo 8:15: “Mas quando o faraó percebeu
que houve alívio, obstinou-se em seu coração e não deu mais ouvidos a Moisés e
a Arão, conforme o Senhor dita dito.” E, de forma mais astuta e mentirosa
ainda, faraó chega a dizer (apenas da boca para fora) que pecou. Veja que
discurso teoricamente correto, mas desprovido de verdade em Ex 9:27: “Então o faraó mandou chamar Moisés e Arão e
disse-lhes: Desta vez eu pequei. O Senhor é justo; eu e o meu povo é que somos
culpados”. Bela confissão (teórica), mas totalmente mentirosa. Foi capaz de
impressionar Moisés e Arão, mas não impressionou Deus que conhece a todos
perfeitamente. A prova disto é que no
verso 34, lemos a atitude de faraó posterior ao livramento que recebeu de Deus:
“Quando o faraó viu que a chuva, o
granizo e os trovões haviam cessado, pecou novamente e obstinou-se em seu
coração, ele e seus conselheiros”. É muito grave a situação daquele que
confessa como faraó e, após receber o livramento, volta às suas velhas práticas
como ele. É o caso do povo que quer usar Deus, mas que não deseja relacionar
com Ele. Desejam as bênçãos, mas não o Abençoador. É grande o número de
cristãos com esse coração que se mostra piedoso quando está em apuros, mas que
ao receber o livramento, o endurece novamente, mantendo a velha obstinação, não
dando ouvidos ao Evangelho. São como crianças que diante da real possibilidade
de serem disciplinadas, prometem nunca mais fazer aquilo e, imediatamente ao
receberem o livramento, voltam na mesma prática reprovável. Não estão
preocupadas na obediência por amor a Deus e aos pais, querem apenas o
livramento da punição. E para isto, prometem tudo! Semelhantemente, temos os
cristãos que agem assim com Deus, tentando negociar um livramento com Ele,
porque ainda desconhecem completamente quem Ele é. Pensam ser capazes de
enganarem ao Senhor com falsa piedade, até dizendo-se terem pecado, fazendo mil
e uma promessas bonitas, mas mentirosas e com segundas intenções. São pessoas
que não se relacionam corretamente com o Senhor, pois pensam enganá-Lo com seus
teatros, promessas e suas mais variadas máscaras de piedade. Faraó enganou a
Moisés e Arão sim. Todavia, ele jamais enganou a Deus. São muitas às vezes em que
nos momentos difíceis fazemos promessas a Deus, e Ele, conhecendo nossa
pecaminosidade, misericordiosamente nos atende livrando-nos de aflições. Mas,
tão logo recebemos o livramento, voltamos às mesmas práticas e com o mesmo
coração obstinado. É o caso, por exemplo, do jovem que envolvido com a bebida
ou com as drogas, bate o carro e vai
parar no hospital. Ele ora a Deus para livrá-lo da morte e até de sequelas físicas
do acidente, dizendo que se sair dessa grave situação não mais andará com
amigos errados e não mais voltará a beber e usar drogas. Passado um tempo ele,
Deus o restabelece. E o que geralmente acontece? Na semana seguinte, passado o
susto, a maioria se esquece do pecado cometido e da promessa feita a Deus e do
perigo que a bebida e as drogas lhe causam. Após o livramento do risco de morte
ou de graves sequelas físicas, se não houver sincero arrependimento, o coração
novamente ficará novamente obstinado contra Deus e a sua vida voltará tudo como
era antes, como se nada houvesse acontecido. Ou, noutro exemplo, o caso da moça
que, ainda namorando, está com suspeita de gravidez. Então ela ora a Deus e
promete a Ele que se não tiver mesmo grávida, ela romperá com práticas sexuais
ilícitas enquanto solteira. Mas, quando o resultado da gravidez sai e é
negativo, ela comemora, fica aliviada, mas na semana seguinte volta às suas
práticas sexuais livres novamente, apenas tomando mais cuidados com métodos
preventivos. Isso, porque não houve sincero arrependimento nos dois casos. Não
disseram como Davi no Salmo 51:4: “Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o
que é mal perante os teus olhos.” Os casos são os mais variados possíveis,
mas uma coisa é certa: quando não há sincero arrependimento diante de Deus,
nenhum livramento, nenhuma cura pode nos sustentar e nos manter nos caminhos da
santidade. Sempre iremos fazer lindas promessas, mas todas vazias, hipócritas, sem
qualquer realidade espiritual. Deus, obviamente, não é enganando com isso, nós
mesmos que nos enganamos e a verdade não está em nós, como disse I João 1: 8, e
ainda, no verso anterior de número 6, lemos outra séria advertência: “Se dissermos que mantemos comunhão com Ele,
e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”.
Portanto, aprendemos que: a) Deus é
soberano sobre tudo e todos, ímpios e cristãos; b) Deus não faz vistas grossas
diante da nossa obstinação, Ele nos disciplina e prevalece sobre ela; c) Promessas
de nossa parte não nos garante uma vida espiritualmente correta e sadia, Deus
sonda as motivações e nosso coração; d) precisamos nos arrepender genuinamente
diante de Deus e não ficar prometendo coisas somente quando estamos em apuros;
e) Deus não acredita e não se impressiona com nossas promessas, Ele nos conhece
e sabe que somos pó; f) Deus deseja arrependimento e abandono do pecado; g) Por
fim, aprendemos que um coração que busca Deus somente para o livramento dos
problemas e não para relaciona-se com
Deus, evidencia um coração que jamais foi realmente salvo por Jesus Cristo.
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