É comum estarmos diante de
situações na vida onde duas opções se apresentam diante de nós e ambas estão
erradas. Como não conseguimos visualizar algo melhor no momento, escolhemos a
situação de menor gravidade.
Na vida cristã não é diferente.
Muitas vezes estamos diante de situações que sabemos ser pecado e por não
termos temor de Deus suficiente, por não conhecermos a Bíblia com maior clareza
e profundidade, por não orarmos ao Senhor e até por negligenciarmos a malignidade
do pecado, escolhemos uma das opções e então, pecamos. E, ainda, nos
justificamos dizendo: “Dos pecados,
escolhi o menor. Veja como sou prudente e sábio”. Quanto engano.
Essa hierarquia de pecados é falsa,
pois é criação de nossas próprias mentes caídas. Diante de Deus não existe
pecadinho, pecado e pecadão. Onde lemos na Bíblia tal classificação? John Stott
afirma que “todo pecado é uma revolta
egoísta contra a autoridade de Deus ou contra o bem-estar do nosso próximo”.
Observe que ele diz “todo pecado”.
Afinal, é a Santidade, perfeição
e a total pureza de Deus que estabelece o critério objetivo de que todo pecado
é igualmente um ato rebelde e ofensivo à Sua santidade. É o que diz W. S.
Plummer: “Nunca veremos o pecado de uma
maneira correta enquanto não o virmos como algo contra Deus (...). Todo pecado
é contra Deus no seguinte sentido: é a lei dele que é violada, sua autoridade é
desprezada, seu governo é relegado a segundo plano. O filho pródigo disse:'Pai
pequei contra os céus e diante de ti"; Davi disse: "Contra ti, contra
ti somente pequei'".
O que existe são consequências do
nosso pecado, sendo elas de menor ou maior gravidade diante dos homens. Por
exemplo: diante de Deus tanto o roubo quanto o ódio são pecados e devem ser
evitados pelos cristãos. No entanto, quem rouba corre o risco de ser preso e
pagar caro por isso. Por outro lado, o que odeia, terá consequências naturais
menos gravosas contra si. Todavia, ambos são proibidos pelas Escrituras.
A
questão é: estamos preocupados em agradar a Deus ou a homens? Qual justiça é
mais severa, a de Deus ou a dos homens? A quem iremos prestar contas no dia do
Juízo final? A quem devemos santidade?
A Bíblia nos exorta a viver em
santidade a Deus e para Sua glória, porque sabe que ao vivermos assim iremos
também viver corretamente neste mundo. Aquele que é um cristão genuíno é também
uma pessoa de bom exemplo em tudo o que faz. Em contrapartida, aquele que diz
perseguir a santidade, mas que vive na imoralidade e infringindo as leis civis
está enganado quanto a sua própria espiritualidade.
Diante disto, como diz Spurgeon:
“Entre dois males, não escolha nenhum”.
Não temos o direito de escolher o “pecadinho”. Não tentemos suavizar o que Deus
condena. Deus não tolerou nosso pecado na vida perfeita de Seu único Filho,
porque iria tolerar pecados e nossa vida?
Não temos desculpas e justificativas
para pecar. Devemos fugir, lutar, vigiar e evitar todo tipo de pecado, seja ele
de menor ou maior consequência a nós, sabendo que todos eles ofendem igualmente
a Santidade de Deus. Iremos responder no tribunal Santo de Deus e naquele grande
Dia não haverá tribunal de pequenos pecados. Todos responderemos diante do
único tribunal santo de Deus.