PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

5 COISAS QUE MOSTRAM QUE ESTAMOS MUNDANIZADOS.


É comum lermos matérias na internet listando coisas que mostram que estamos ficando velhos. Ao olharmos para os produtos que eram lançamentos em nossa infância e que hoje são relíquias em desuso, realmente “a ficha cai” e percebemos que estamos envelhecendo.

Semelhantemente, existem coisas em nossa vida cristã que têm o mesmo efeito em relação ao nosso amor ao mundo. Como podemos identificar isto? É importante termos algumas referências porque podemos estar enganados quanto a nossa própria condição espiritual. O amor ao mundo tem invadido a igreja e arrastado milhares de pessoas, jovens principalmente, para a prática do pecado, tornando-os mundanizados.

A primeira evidência de que estamos ficando mundanizados é quando paramos de ler a Palavra de Deus e tudo fica relativizado. A vida devocional morre e com ela todo o vigor diário que precisamos nutrir para a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). O que antes temíamos por ser pecado, hoje depende. O que antes nos causava repulsa, agora nos atrai. Por acaso as Escrituras são para você uma relíquia em desuso? Ela te traz apenas boas lembranças, mas atualmente não é mais decisiva em sua vida, suas escolhas e caminhos?

A segunda evidência é quando paramos de orar. Quando cessamos a oração em nossa vida é um forte sinal de que nossa comunhão com Deus está rompida por pecados não confessados e pelo amor ao mundo. Não digo a oração religiosa e mecânica, mas aquela que confessa pecados e que busca manter comunhão com o Senhor.

A terceira evidência é quando a reunião da igreja e a comunhão dos irmãos passam a ser programas para quando não tivermos mais nada o que fazer. Tudo se torna mais importante do que nos reunirmos como igreja de Deus, até mesmo o finalzinho do jogo de futebol na TV ou algum outro programa qualquer. Coisas que não são obstáculos para nossos programas de lazer ou de trabalho, tais como: chuva, calor, distância, cansaço e a preguiça, são para nossa vida espiritual. 

A quarta evidência é quando minhas amizades por irmãos na fé são substituídas por pessoas que não temem a Deus. É evidente que devemos manter contatos e evangelizar a todos. O cristão não deve ser alienado, antes deve ser sal da terra e luz do mundo. O problema é quando seguimos o conselho dos ímpios, imitamos a conduta dos pecadores e nos assentamos na roda dos escarnecedores (Sl 1).

A quinta e última evidência que destacamos é quando perdemos o discernimento das Escrituras e abandonamos nossa vida familiar, deixando nossa casa a serviço das coisas deste mundo. A decisão de Josué 24: 15: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” é substituída por: “Eu e minha casa serviremos aos prazeres deste mundo”. Nosso relacionamento conjugal sofre pela impureza, indiferença e até mesmo pelo adultério, os filhos são criados com princípios mundanos e abandonados dentro de casa sem a devida instrução na Palavra.

Certamente, poderíamos enumerar tantas outras evidências de uma vida mundanizada. Todavia, estas são suficientes para despertar em cada um de nós a necessidade de revermos nossa vida diante de Deus. Será que estamos mundanizados sem nos apercebermos disto? Em I João 2:15 somos seriamente advertidos: "Não ameis o mundo e nem as coisas que há no mundo, se alguém amar o mundo,o amor do Pai não está nele". Então, veja se algumas destas evidências se encontram em sua vida e ore a Deus suplicando por arrependimento neste exato momento.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

QUEM NOS CONVENCE DO PECADO?


É bíblico nos preocuparmos com o próximo como também o é sermos guardadores uns dos outros, ajudando-nos e exortando-nos para que andemos sempre nos caminhos do Senhor. Porém, não é bíblico tentarmos mudar as pessoas.

Infelizmente, todos nós temos o desejo de mudar os outros. É muito comum confundirmos nosso dever de proteger o irmão, ajudando-o com exortações, com o erro de tentarmos convencê-lo do pecado com nossos argumentos a nosso tempo.

A Bíblia deixa claro que convencer as pessoas de seus pecados é um ministério exclusivo do Espírito Santo de Deus, conforme João 16:8 diz: “Ele convence do pecado”.  Portanto, não cabe ao pastor, marido, esposa, aos  filhos, amigos esta função. Ela é somente do Espírito Santo.

Richard Foxter, no livro Celebração da Disciplina, pag. 40, diz que: Quando passarmos a acreditar de fato que a transformação interna é ação de Deus, não nossa, seremos capazes de deixar de lado a compulsão para endireitar as pessoas.”  John Owen em seu livro  -Para vencer o pecado e a tentação, pag. 149 diz: “Só Ele claramente e completamente convence o coração do mal, da culpa, do perigo, da corrupção, da concupiscência ou do pecado que precisam ser mortificados. Sem essa convicção ou enquanto ela for tão fraca que o coração pode lutar com ela ou diregi-la, não haverá uma obra completa”.

Devemos ser honestos e concluir que muitos casamentos estão em guerra constante porque os cônjuges tentam mudar um ao outro. A intenção pode até ser boa, ver o outro arrependido, mas essa mudança é realizada somente pelo Espírito Santo. Quem desejar exercer essa função tornará o problema ainda maior e pior. Em todas as áreas da nossa vida funciona assim. Creio que os pastores correm este risco constantemente ao aconselharem os irmãos. 

Ninguém reage bem a tentativa de ser mudado pelo outro, porque a ação de querer mudar não é biblicamente correta. Alguns poderão dizer que Natã convenceu Davi do seu pecado (2 Sm 12). Eu digo que não. Natã não convenceu Davi de nada. Deus enviou Natã apenas para falar a verdade. Natã não convenceu Davi. Quem o convenceu foi o Espírito Santo de Deus. Assim também é com a nossa vida. Não adianta querermos convencer as pessoas a não adulterar, mentir, roubar, usar drogas, amar o mundo, a sensualidade,  a promiscuidade e a abandonar o pecado e seguir a santificação.  Onde o Espírito não atua, não há mudança e sim, confusão, intriga e divisão.

Precisamos crer de uma vez por todas que o ministério de convencer do pecado, tanto o nosso quanto o dos outros, é somente do Espírito Santo. Mas, isso não quer dizer que vamos ficar de braços cruzados vendo as pessoas pecarem ou nós mesmos vivendo no pecado esperando sermos convencidos. Quando acreditamos que somos nós que convencemos alguém do pecado ou do nosso próprio pecado, isso gera orgulho ou decepção. Orgulho quando Deus age através de nós, pois pensamos que fomos nós mesmo e decepção quando nada acontece apesar do nosso empenho e esforço.

É preciso buscar a santificação, lutar contra o pecado para mortificá-lo, como também exortar uns aos outros, aconselhar, falar a verdade em amor, mas sem exigir mudança. A oração deve ser nossa primeira ferramenta usada neste processo. Orar por nós mesmos e pelos outros, suplicando ao Espírito Santo que nos convença do pecado, caso contrário, poderemos ouvir a verdade de nua e crua de alguém como Natã, e ainda assim, continuarmos na prática do pecado como se tudo estivesse bem. 

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

CONSELHO É ALGO BOM?


Conselho é algo bom? Dizem por ai que se fosse bom ninguém daria, mas venderia. Na verdade, conselho pode ser  algo bom ou ruim, depende de quem o aconselha e o que é aconselhado.  

Lemos o conselho de Jetro ao seu genro Moisés, em Êxodo 18: 19: “Agora, ouça-me! Eu lhe darei um conselho, e que Deus esteja com você! Seja você o representante do povo diante de Deus e leve a Deus as suas questões.”  A seguir, no verso 24, lemos que “Moisés aceitou o conselho do sogro e fez tudo como ele tinha sugerido.” O conselho de Jetro ajudou muito Moisés na condução do povo.

Por outro lado, temos a narrativa Bíblica que nos mostra o perigo de um mau conselho. Lemos em Números 31: 16: “Foram elas que seguiram o conselho de Balaão e levaram Israel a ser infiel ao Senhor no caso de Peor, de modo que uma praga feriu a comunidade do ­Senhor.”  Veja no que deu seguir um conselho contrário à Palavra de Deus!

No capítulo 16:23 de 2 Samuel, lemos: “Naquela época, tanto Davi como Absalão consideravam os conselhos de Aitofel como se fossem a palavra do próprio Deus.”  Que conselho Aitofel tinha lhes dado? Vemos no capítulo 16: 20 e 21: “Então Absalão disse a Aitofel: “Dê-nos o seu conselho. Que devemos fazer?” Aitofel respondeu: “Aconselho que tenhas relações com as concubinas de teu pai, que ele deixou para tomar conta do palácio. Então todo o Israel ficará sabendo que te tornaste repugnante para teu pai, e todos os que estão contigo se encherão de coragem”. Um conselho totalmente pecaminoso de alguém que eles tinham confiança. Precisamos considerar todos conselhos à luz da Palavra de Deus!

Entretanto, no capítulo 17, verso 6, lemos a exortação: “Quando Husai entrou, Absalão lhe disse: “Aitofel deu-nos o conselho dele. Devemos fazer o que ele diz, ou você tem outra opinião?” E, “Husai respondeu: O conselho que Aitofel deu desta vez não é bom.” Não aceite tudo o que te dizem jovem. Mesmo quem já acertou uma vez, pode errar na próxima vez.

Em 2 Crônicas 10: 8,9 e 14, vemos o caso de Roboão que rejeitou o conselho das autoridades de Israel e preferiu ouvir os mais jovens, conforme lemos: “Roboão, contudo, rejeitou o conselho que as autoridades de Israel lhe deram e consultou os jovens que haviam crescido com ele e o estavam servindo. Perguntou-lhes: Qual é o conselho de vocês? Como devemos responder a este povo que me diz: Diminui o jugo que teu pai colocou sobre nós?...seguiu o conselho dos jovens e disse: Meu pai lhes tornou pesado o jugo; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos.” Roboão foi ouvir conselhos de seus chegados, da sua turminha. Ele procurou conselheiros por conveniência, de acordo com o que queria ouvir e se deu mal!

Infelizmente, é comum também procurarmos conselheiros de acordo com o que queremos ouvir. Precisamos ouvir conselhos de homens tementes a Deus, que nos aconselhem de acordo com Palavra nos levando a obediência ao Senhor.
Por isso, dar ouvidos a qualquer um apenas porque tal pessoal está em evidência, ou porque tem algum curso superior, ou porque exerce algum cargo importante ou simplesmente porque é mais velho ou mais novo, por si só, não é algo sábio. Precisamos escolher cuidadosamente quem serão nossos conselheiros, sob o perigo de por em risco nosso casamento, a criação de filhos e a conduta cristã em todas as áreas da nossa vida. Devido a isto, somos aconselhados no Salmo 1:“Bem-aventurado aquele não segue o conselho dos ímpios” e de alguns crentes também!

Devido ao nosso orgulho, todos nós temos dificuldades em ouvir conselhos, principalmente de alguém que sabemos que irá dizer a verdade sem medo. Quando o conselho diverge de nossos planos, somos tendentes a rejeitá-lo porque não queremos admitir estarmos errados. Porém a Bíblia nos exorta em Provérbios 13:10: “O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho.” Você aceita conselhos que te levam a obediência a Deus? 

Daí que Provérbios nos exorta a buscarmos bons conselhos no capítulo 15 verso 23: “Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa!” E também no capítulo 19:20: “Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio.” No capítulo 20: 18 lemos semelhante orientação: Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai à guerra precisa de orientação.” 

Quem são, afinal, os seus conselheiros? Qual é a fonte que você vai buscar conselho quando está em dúvida sobre o caminho a seguir, quando está desanimado, amedrontado ou quando tem que tomar uma decisão seja em que área da vida for? São pessoas descompromissadas com Deus, os seus conselheiros? Você busca conselho para se vestir em revistas de moda ou em programas de TV que, em sua maioria, incentivam a sensualidade? Ao desejar namorar e casar, são as novelas, filmes, atores e atrizes os seus conselheiros? 

Cuidado: ser famoso não é indício algum de confiabilidade, portanto, não dê ouvidos a “celebridades” deste mundo. Busquemos conselhos primeiramente na Palavra de Deus, nossa fonte segura e inesgotável de sabedoria. Também, busquemos ouvir conselhos de cristãos tementes a Deus que tenham bom testemunho cristão, condições e coragem de, como Natã, por o dedo na nossa cara e dizer que estamos errados e em pecado quando preciso for. Eis ai um princípio de sabedoria: buscar conselhos na Palavra de Deus e naqueles que imitam a Cristo.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Por que continuamos no pecado?


A Bíblia é como um espelho, não para que fiquemos nos admirando, como muitos o fazem, mas para vermos todas as nossas imperfeições! Portanto, quem não lê, estuda e obedece a Palavra de Deus é cego em relação a sua própria condição espiritual. 

O salmista nos diz no Salmo 119:59: “Pondero em meus caminhos e volto meus passos para teus testemunhos”. Quanta sabedoria e humildade demonstra este salmista! Alguma vez já tivemos esta atitude de ponderar nossos caminhos e não somente isto, de admitir o erro, o pecado, o engano voltando-nos para o que diz a Bíblia? Só mesmo pela graça de Deus! Reflexão por reflexão é inútil. Ver o erro e continuar nele é pior ainda. Ser apenas ouvinte é nos enganar.

Aqui vemos uma relação direta entre mente e pés, ou seja, entre uma mente mudada e um caminho santificado. O salmista, em sua mente, considerou seus caminhos à luz da Palavra de Deus. Mas, não parou por ai. Sua mente foi renovada pela Palavra (Rm 12) e a partir de então, houve a real e visível mudança de direção. 

O Salmista não queria um diagnóstico apenas para ser informado de seus caminhos. Antes, ele desejava realmente uma mudança. Tanto é que ao considerar por onde estava andando, foi alertado pela meditação nas Escrituras do perigoso caminho que seguia e humildemente se arrependeu. A prova de seu arrependimento foi que ele parou de caminhar na direção que estava e voltou caminhar na direção oposta. Arrependimento é isto.

Muitos são aqueles que tiveram um diagnóstico de seu caminho mas que não foram sinceros com Deus e violentos consigo mesmos ao ponto de parar e desistir do que estavam fazendo, voltando-se para a obediência e santidade. Como o jovem rico (Lc 18:18), muitos ficam tristes quando a Palavra evidencia seus pecados ao invés de se arrependerem e de se alegrarem. 

Veja que não adianta querer mudar a conduta sem antes ter a mente renovada. Isso é hipocrisia e religiosidade. Isso não é mudança e sim maquiagem e não durará muito tempo. A verdadeira mudança começa de dentro para fora, com a renovação da nossa mente ao refletir na Palavra do Senhor. Na sequência, experimentamos uma nova realidade em nossa vida diária e uma mudança radical  em nossos caminhos.

Deus realmente nos transformará, não quando tentarmos mudança por nossa própria força ou determinação, mas quando lermos Sua Palavra, refletirmos, orarmos e  deixarmos que o Espírito Santo trabalhe ela em nossa mente. Agindo assim, certamente consideraremos todos os nossos caminhos e teremos condições, pela graça de Deus, de nos arrepender e abandonar o pecado. Caso contrário, continuaremos no pecado e andando por nossos próprios caminhos que parecem retos, mas que levam a morte (Pv 14:12).

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI