"Assim como
lançando uma pedra em um grande poço se faz um círculo na água, e dele procede
outro maior, e este maior faz outro mais estendido, após o qual vem outro, e
outros cada vez maiores quase em infinito, assim de um erro nasce outro, e este
traz outro consigo maior, após o qual vem outros cada vez maiores quase em
infinito se lhe não atalham logo ao princípio."
O autor da frase acima, Fr. Heitor Pinto, sintetizou muito bem como um
erro chama outro erro. Quem já não cometeu um erro e, ao invés de consertá-lo,
deixou-o para lá, e este trouxe outros erros?
Igualmente acontece com o pecado em nossa vida. A Bíblia nos chama para
nos arrepender e deixar o pecado. É o que diz I João 1: 9: "Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel
e justo para nos perdoar e nos purificar...". E, em Provérbios 28:13,
lemos: "O que encobre as suas
transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará
misericórdia". A ênfase aqui está no deixar. Não basta
apenas passar a vida toda confessando o mesmo pecado. Precisamos deixar de
praticá-lo. Afinal, a confissão dos pecados não substitui o ato de
abandoná-los.
Quando pecamos e não confessamos e deixamos de praticá-lo, embora esse
deixar seja algo progressivo, caímos na mesma situação do circulo da água e do
erro dito por Heitor Pinto. O pecado não é esquecido pelo tempo e seus efeitos
atraem novos pecados. É o que diz F. B. Meyer, no livro Vida Consagrada, Vida
Feliz: "Se você deixar cair uma gota
de água num balcão de aço, o líquido irá corroer o metal. Se você permitir que
um pecado permaneça em seu coração, sem confessá-lo a Deus, ele irá corroer sua
paz e tranquilidade. Não espere chegar a noite; ponha-se logo a sós com Deus.Aí
mesmo, no meio das pessoas, em meio ao corre-corre da vida, quando as marcas
daquele pecado ainda estão recentes, erga o coração para seu misericordioso e
sempre atento Salvador.O sangue de Jesus está sempre em operação,
purificando-nos de pecados inconscientes. Mas é nossa responsabilidade
aplicá-lo aos pecados conscientes, aos pecados de que temos conhecimento, assim
que nos dermos conta de que pecamos." Observemos como um pecado não
confessado realmente chama outros pecados que a princípios parecem não ter
ligação entre si. Contudo, a ligação entre os pecados sempre existe, apesar de
seres em áreas totalmente diferentes muitas vezes, porque todo pecado visa um
único fim, o de fazer com que eu e você nos rebelemos contra Deus”. Foi com grande sabedoria que Erwin
Lutzer disse em seu livro sobre Vitória sobre a Tentação, pág. 259: "Pelo fato de todo pecado ter em comum a rebelião,
um pecado pode ser a causa de outro, ainda que haja pouca relação entre ambos.
As forças que abrem as portas do coração à lascívia podem ser geradas por uma
fonte diferente. Pode ser que você não pense que forjar gastos em seu imposto
de renda vai levá-lo à tentação sexual, mas isto pode acontecer. Se a cobiça
levou a uma derrota militar, pode levar á uma derrota moral”. Podemos testemunhar isso em nossas vidas.
Dai vemos a
gravidade do pecado não confessado. Segue então que devemos dar a devida
importância à nossa real confissão e luta por abandonar a prática do pecado
para que alcancemos uma vida cristã marcada pela
busca da santidade em todas as áreas da nossa vida. Um
pecado chama o outro e este outro o atende com rapidez, a não ser que a
confissão e o abandono separem um do outro.