PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E Deus criou...e o Diabo deturpou.

A Bíblia começa dizendo que “no principio criou Deus o céu e a terra”. Como Deus fez isso? Ninguém sabe explicar. A Bíblia apenas afirma que Deus criou tudo a  partir do nada. Pela fé cremos que foi exatamente assim que aconteceu.
A criação de Deus é algo que tudo a ver com o nosso dia-a-dia. Vamos trabalhar o criacionismo de uma forma a abranger nossas escolhas diárias. Ao contrário do que muitos pensam, não foi o Diabo que criou o sexo, mas sim, o próprio Deus é o seu criador. Sexo é uma bênção de Deus, desde que praticado entre um homem e uma mulher dentro do ambiente do casamento. O que o diabo fez com o sexo? Como o Diabo não tem o poder de criar nada, a não ser confusão, ele deturpou o sexo fazendo com que as pessoas o pratiquem irreverentemente e fora dos princípios bíblicos. Outra verdade é que Deus criou o prazer em nós, porém, para ser desfrutado primeiramente em nosso relacionamento com o Criador do universo e, consequentemente, em nossos relacionamentos horizontais. Novamente, o diabo deturpou essa idéia, fazendo com que as pessoas não gozem de prazer em seu relacionamento com Deus, fazendo-as viverem buscando seu próprio prazer a qualquer custo. Ou seja, todos estão em busca desenfreada pelo prazer de forma pecaminosa.  O Diabo deturpou a idéia de que nascemos para adorar e viver para a Glória de Deus, fazendo-nos crer que nascemos e estamos vivos para a nossa própria glória e prazer. Fazemos o que nos dá prazer e como nosso prazer está desfocado do alvo correto, vivemos alienados de Deus dedicando nossa vida para nós mesmos e para satisfazer nossa vontade pecaminosa. A família também é uma criação de Deus! Mas, como estamos desajustados, alienados de Deus, presos em seus próprios prazeres pecaminosos, a família sofreu com isso. O Diabo deturpou a família que era para viver em unidade, respeito, onde o marido é o cabeça do lar, a esposa a auxiliadora idônea, onde juntos deviam viver em harmonia criando os filhos no temor do Senhor, fazendo-a viver desajustada, dividida, um querendo roubar o papel do outro. Os filhos, como reflexo deste desajuste, vivem em rebeldia contra a autoridade dos pais e em guerra com os irmãos, como viveu Caim e Abel. O dinheiro igualmente é uma bênção de Deus para ser usado com moderação, simplicidade, ajudando os necessitados, a igreja, etc. O Diabo sabendo do nosso pecado, deturpou seu uso colocando-o no lugar de Deus em nosso coração. Hoje, literalmente, as pessoas topam tudo por dinheiro. Aceitam vender o próprio corpo, aceitam corrupção, mentira, matam, roubam tudo por dinheiro. Mas, a Bíblia não condena o dinheiro, o que ela condena é o nosso amor a ele. O interesse pelo sexo oposto foi Deus que criou, vemos isso em Adão. Contudo, o diabo deturpou este conceito. Hoje, para os jovens, ver a sexualidade tão vulgar e disponível é uma tentação enorme. As pessoas estão cada vez mais sensuais, sem parâmetros e referenciais bíblicos. Mostram e exibem seus corpos como se fossem objetos. Imaginemos a luta que deve ser, principalmente, para um jovem ir à  praia, piscina ou outro lugar público onde as pessoas estão exibindo uma sensualidade pecaminosa com roupas curtas e transparentes. Nada há de errado ter um corpo bonito, gostar de esporte e vestir-se bem. A questão é saber se estamos com a motivação de despertar desejos errados nos outros. Em caso positivo, estamos pecando. É o que a Bíblia chama de  defraudar o irmão. Mas, se estamos cuidando do corpo que Deus nos deus e queremos deixá-lo bonito, não há nada de errado, desde lógico, se cuidamos com mais esmero do nosso interior e do nosso coração diante de Deus. O fato é que precisamos entender que nosso corpo é templo do Espírito Santo, como lemos em I Tessalonicenses 4: 1 a 8: “Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis, progredindo cada vez mais; porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus. Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo, em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão, porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e, sim, em santificação. Destarte, quem rejeita estas coisas não rejeita ao homem, e, sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.”
Aprendemos então que toda a criação que desfrutamos é obra de Deus, o Criador e Sustentador do universo. Aprendemos também que o problema é que estamos desfrutando das coisas boas que Deus criou e nos deixou com a motivação errada, como o mundo desfruta. Precisamos canalizar nossa vontade de acordo com a Palavra de Deus.  Estamos querendo buscar realização a criação de Deus e não no Criador. Porém, nada do que Deus criou é capaz de nos preencher e nos fazer realmente felizes se Ele mesmo, o  Criador não for nosso Salvador pessoal. Eis a razão porque muitos jovens não conseguem evitar o pecado da prostituição, porque não estão em busca de relacionamento correto com o Criador, querem apenas desfrutar da criação. Vivem iludidos de que o sexo fora do casamento é melhor, de que viver amando o dinheiro é coisa boa e que usar o  corpo como desejam não traz implicações negativas espirituais. Precisamos resgatar urgentemente a verdade bíblica de que Deus é o criador de todas as coisas e que a função do Diabo é deturpar e embaçar essa realidade da nossa mente. Podemos desfrutar do sexo, do dinheiro, do prazer, podemos namorar e trabalhar, sem que isso se torne pecado em nossa vida. Prossigamos então, pela Graça de Deus, arrependendo-nos dos nossos maus caminhos e pedindo a Deus que nos capacite a viver desfrutando de um relacionamento correto com o Criador, para que possamos desfrutar, consequentemente, da criação de forma correta, porque aqui está a nossa real felicidade.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quem será o próximo?

A vida é como a neblina, diz a Palavra de Deus, quando quer nos ensinar que somos frágeis e que por mais que tenhamos saúde, dinheiro, sucesso, bens materiais, somos apenas como a flor do campo que nasce e logo murcha. Quanta dificuldade temos de acreditar nisso! Muito embora todos os dias vemos mortes acontecendo, ainda assim pensamos que somos eternos. A prova é o quanto depositamos nossa esperança e como vivemos somente para este mundo.
Ontem perdi um colega de turma da faculdade. Pai de família, advogado, trabalhador, 3 filhos, 35 anos de idade. Foi levar o filho adolescente numa cidade próxima para participar de um campeonato de tênis, assistiu o filho jogar, despediu e estava retornando quando de repente, devido a água na pista, o carro derrapou e bateu de frente contra um caminhão. Morreu na hora. Estava sozinho no carro, um carro novo. A tragédia abalou a todos como não poderia ser diferente. Quem poderia pensar que ele iria morrer naquela hora, viajando por uma pista dupla, durante o dia?
Imediatamente pensei na afirmativa bíblica registrada em Tiago 4: 13 a 15: "Atendei agora, vós que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que á a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por um instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como faremos isto ou aquilo". Sabemos quando iremos morrer? Muitos que estão doentes e que já foram desenganados por médicos continuam vivos e outros tantos que estão jovens, fortes, em ascenção na vida profissional de repente morrem. O que é a nossa vida? É apenas como a neblina. Sabemos se hoje mesmo iremos chegar em casa, no serviço ou se iremos acordar amanhã? Quem nos  garante que continuaremos vivos? Quem pode dizer quem será o próximo a morrer?
Esta verdade bíblica nos deve levar a pensar não na morte apenas, mas, principalmente, em como estamos vivendo. O que estamos fazendo enquanto Deus nos permite viver? Estamos vivendo para nós mesmos? Esquecemos que existe um Deus Criador e Salvador O qual iremos prestar contas da nossa vida um dia? 
A todos nós que ainda estamos, pela Graça de Deus,  vivos, respirando e conscientes, aprendamos a exortação bíblica que nossa vida por mais aparentemente resistente que possa ser, é frágil e some repentinamente como a neblina. Portanto, entreguemos nossa vida a Deus hoje e passemos a viver tendo a Bíblia como nosso manual de vida. E, que todos os dias que Deus nos permitir viver sejam dedicados à Ele, vivendo amando ao Senhor Jesus para que na hora da nossa morte, o consolo e a certeza de que estaremos eternamente com Ele seja nosso conforto, bem como o conforto e consolo daqueles que ficaram aqui nesta terra. 

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Evitando a contenda

Relacionamentos não são fáceis de serem mantidos corretamente, mas são possíveis. A fonte maior de contendas entre os irmãos é fruto do mau uso da língua e, consequentemente, das palavras. Tiago capítulo 3 merece ser lido pois é farto em nos exortar com relação ao perigo da língua. Também em Efésios 4:25, Paulo faz a seguinte orientação: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem”.
Seja nos relacionamentos conjugais, entre pais e filhos, entre amigos, parentes, no ambiente social, de trabalho e na vida da igreja, estamos vulneráveis a atritos com as pessoas. Somos diferentes, pensamos diferentes, temos hábitos diferentes, nossas preferências não são as mesmas, nosso modo de vestir, falar, se comportar, criar os filhos, de nos divertir, de nos expressar, são heterogêneos. E não há um milímetro de erro nisso. O problema está no fato de querermos padronizar as pessoas usando-nos como o modelo a ser seguido. Quando nós mesmos queremos mudar as pessoas estamos sendo soberbos. Quando criticamos e atritamos com alguma pessoa por algo que ela fez, faz ou deixa de fazer estamos dizendo, com nossas atitudes, que jamais faríamos o mesmo. Nos colocamos acima deles e então, a crítica e os atritos aparecem naturalmente. Sentenciamos que tal pessoa é muito imatura, egoísta, grossa, cínica, invejosa, falsa e, por nos acharmos livres destes pecados, passamos a criticá-los. Não nos damos conta de que em nosso coração também mora “os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura”, conforme a lista de Marcos 7:21 e 22. Com esta soberba instalada em nosso coração, nasce em nossa língua as críticas, intrigas, fofocas, falatório inútil e seus derivados. É a Bíblia que afirma que a “a boca fala do que está cheio o coração”! Em Provérbios 26: 20, 21 também somos exortados: “Sem lenha, o fogo se apaga, e, não havendo maldizente, cessa a contenda. Como o carvão é para a brasa e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas." Por natureza somos acendedores de rixas e contendas, maldizentes e contenciosos. Como diz Tiago 3, se conseguíssemos frear nossa língua do mal evitaríamos muitas rixas. Porém, falamos mal das pessoas com muita facilidade e, às vezes, sob o disfarce de estarmos apenas comentando algo. Contudo, nossa motivação que é conhecida por Deus, muita vezes é maligna. Realmente, somos contenciosos e rápidos para começarmos ou alimentarmos uma rixa, como o álcool é para acender o fogo. Gastamos muita saliva e tempo destruindo amizades por invejas; estragando relacionamentos por fofocas e criticando as pessoas por nos acharmos melhores do que elas.
Que Deus tenha profunda misericórdia de cada um de nós e nos dê genuíno arrependimento para que amando mais a Ele possamos também, consequentemente, amar mais o nosso próximo. A prova que amamos a Ele e ao próximo é o fato de usarmos nossas palavras para glorificá-Lo e edificar a vida das pessoas. Perguntemo-nos sempre: “Senhor, isso traz edificação para o seu reino? Isso edifica os irmãos?” Quando começarmos a obedecer mais este mandamento de não falar mal, de não gerar contendas e falar coisas edificantes, iremos progredir na vida cristã. Espiritualidade genuína é aquela capaz de ir transformando nossos relacionamentos, nosso falar, agir e pensar. Podemos escrever livros, dar palestras, estudos bíblicos, mas se nossa família e nossos irmãos estão sendo alvos de nossas críticas, rixas e contendas, nossa espiritualidade é falsa. Ninguém melhor para medir nossa espiritualidade do que nosso cônjuge e família que convivem o maior tempo conosco. Perguntemos a eles se somos contenciosos, críticos e rixosos ou se falamos palavras que edificam e perdoam, que destilam amor e misericórdia. Só não podemos, dependendo da resposta, causar novas rixas. Já disse João Calvino: “Somos capazes de cometer todos os pecados do nosso próximo a não ser que a Graça de Deus nos contenha.”

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Justificando o perverso e condenando o justo

Dentre os inúmeros efeitos desastrosos em nossa vida que o pecado gerou, está o da inversão de valores. Valorizamos o que deveríamos reprovar e aprovamos o que deveríamos rejeitar. Muitas coisas que ofendem a Deus acabamos por aceitá-las e outras tantas que O agradam, acabamos por rejeitá-las. Isso, porque nossos valores foram também corrompidos com o pecado e precisam ser restaurados.
Temos um bom exemplo disso em Provérbios 17:15: “O que justifica o perverso e o que condena o justo, abomináveis são para o Senhor, tanto um como o outro.” Aqui temos um exemplo clássico de inversão de valores. Por um lado, existe aquele que justifica o perverso, que vê as obras, atitudes e vida daqueles que não temem a Deus, mas os justifica, aprovando o que fazem. Talvez, o fazem por medo, inveja, interesse, aceitação e outras causas quaisquer. Ao invés de reprovarmos o comportamento perverso, ao invés de avaliarmos tudo à luz da Bíblia, aceitamos o estilo de vida dos perversos justificando suas obras como se fosse direito deles viver como querem. Por outro lado, temos aquele que condena o justo. Essa condenação pode ser por diversos motivos: inveja (Caim e Abel), por ser uma pessoa não popular, pelo fato de que a justiça está fora de moda, e outros motivos quaisquer. A questão principal é saber quem são aqueles que imitamos. Temos por alvo seguir os passos dos perversos ou dos justos? Quais amizades procuramos ter: com os perversos ou com os justos? De quais pessoas temos nos aproximado: dos perversos ou dos justos? Quais pessoas têm sido alvo de minha indignação e reprovação: os perversos ou os justos? Com quais jovens temos andado e feito amizades: com jovens perversos ou jovens justos? O que mais nos atrai: a perversidade ou a justiça? O fato é que, infelizmente, temos tentando justificar o comportamentos dos perversos porque amamos ainda a perversidade. Queremos dar um jeito de diminuir a gravidade da vida perversa por termos interesse em vivê-la. O pecado ainda está mais dominante em nosso coração do que pensávamos estar. E, aqueles cristãos que têm procurado ser justo diante de Deus, viver o Evangelho, fugindo da perversidade e do pecado, têm sido alvos de nossa gozação e menosprezo porque não amamos a justiça. A Bíblia afirma categoricamente que não é somente o que justifica o perverso que é abominável ao Senhor, mas o que condena o justo também o é.
Aprendemos que precisamos rever nossos conceitos e valores para saber se estão em conformidade com a Palavra de Deus. Quando estamos amando ao Senhor e obedecendo a Sua Palavra, iremos condenar a perversidade e valorizar aqueles que querem praticar obras de justiça, que desejam viver realmente o Evangelho. Tudo é uma questão do nosso coração. Quando condenamos o justo e justificamos o perverso, é sinal de algo errado está em nosso coração e precisa urgentemente ser restaurado por Deus.

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quais são seus desejos antes de morrer?

Nossas escolhas dizem quem somos e nossos desejos também! O que mais amamos é também o que mais desejamos, conforme já diz a Palavra de Deus “onde está nosso tesouro, ai também está o nosso coração”.
Existe um ditado popular de que antes de morrermos precisamos fazer três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Nada disso é errado. Aliás, são três boas sugestões. Uma arvore ajuda a melhorar e equilibrar a ecologia, um livro colabora para formar opiniões e um filho traz muitas alegrias e ajuda a perpetuar a espécie. A questão, porém, é saber se nós, cristãos, esperamos nos realizar nessas três tarefas também. Alguns destes três desejos, ou mesmo, tantos outros semelhantes, nos fariam morrer em paz? Nos sentiríamos completamente realizados ao executarmos tais projetos? Deus nos salvou para ter como objetivo de vida plantar uma árvore, escrever um livro ou mesmo, ter um filho? Vamos mais além. O plano de Deus é que tenhamos muito dinheiro, poder, fama e sucesso pessoal? Penso no dia do julgamento, diante de Deus, alguns de nós dizendo: “Senhor, veja que linda árvore plantei; e o livro que escrevi Senhor, vendeu muitas cópias; tive também um lindo filho. Ah, Senhor, não esqueca de considerar os carros que comprei, a mansão que morei, o tanto que eu era respeitado, famoso, importante, influente, meus títulos profissionais e minhas habilidades.” É isto que teremos a apresentar diante de Deus?! O que estamos desejando antes de morrer? Quais são nossos últimos pedidos? Todos nós temos desejos ainda por realizar e isto não está errado. Alguns querem ir para Europa, outros, viajar pelo mundo inteiro; alguns, comprar a casa própria; um carro importado; casamento também está na lista de alguns; riquezas, poder, dinheiro sobrando estão entre os itens mais desejados. O foco é mais profundo: temos desejos de crescer no conhecimento e temor a Deus? Desejamos buscar a santidade, nos parecer mais com Jesus, amar mais a Deus, ao próximo, perdoar mais, ser mais misericordiosos, puros e benignos? Desejamos amar mais a Jesus e praticar mais a Verdade em nossa vida? O que nos  alegra e realiza? Esta é a pergunta que deve ser feita. Quais os nossos desejos em vida? O que esperamos realizar, ser, fazer antes de morrermos?
Em Provérbios, capítulo 30, versos 7 a 9, Agur confessa a Deus seus dois últimos desejos antes de morrer: “Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, não venha a furtar.”  Agur, pela Graça de Deus, reconhece que é pecador. Ele sabe que, tanto a riqueza quanto a pobreza, podem afastá-lo do Senhor, por isso não deseja nenhuma delas. De um lado, a riqueza pode levar-nos à soberba de achar que podemos tudo e que não precisamos de Deus e, de outro lado, a pobreza pode levar-nos à  soberba também, sob outro ângulo, pois roubar para se sustentar é desconsiderar a providência divina e achar que pode resolver as coisas por conta própria. De forma alguma afirmarmos que todos os ricos e pobres fazem isso. Contudo, ambas as situações induzem a tais comportamentos. É preciso que o rico ou pobre sejam igualmente tementes a Deus. Agur demonstra ter um coração mais espiritual do que material, mais celestial do que terreno e mais temente a Deus do que desobediente, ao pedir com sabedoria seus dois últimos desejos antes de morrer. Esses dois desejos de Agur glorificam a Deus!
Aprendemos então, que embora seja lícito ter alguns desejos naturais para realizar antes de morrermos, estes não podem ser nossos maiores desejos e não podem ocupar o centro do nosso coração. Não podemos viver em função deles e depositar neles, a nossa alegria.  Nossos desejos também precisam glorificar a Deus (I Cor. 10:31). Nada do que fizermos ou conquistarmos em termos naturais será capaz de nos trazer paz na hora da morte. É como diz o ditado: “Ninguém no leito de morte pede para trazer as escrituras de seus imóveis, os documentos dos carros e, o extrato da conta bancária para morrer abraçado em paz com eles.” A prova para saber se nosso coração está desejando mais as coisas terrenas do as espirituais é refletirmos se elas têm ocupado mais nossos pensamentos, motivado nosso dia e feito parte do nossos desejos do coração. Nossos desejos são as inegáveis evidências do que mais amamos. Agur que o diga.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ensinando e aprendendo

Chegou a hora. Meu filho quer aprender a andar de bicicleta sem as rodinhas laterais. Ajudá-lo é minha atual missão. É muito divertido e gostoso esse momento juntos. O medo misturado com a boa expectativa de se conseguir pedalar por conta própria é algo indescritível que se percebe no rosto do filho. Convencê-lo a olhar para frente é a parte mais difícil. Mas, logo que ele aprende isso, o equilíbrio e a coragem aumentam. O pai então, entusiasmado, disfarçadamente, solta a mão do banco para que o filho ande sozinho, mesmo sem se dar conta dessa façanha. Esta emoção de soltar a mão e ver o filho ir por conta própria é prazerosa. Ver o filho aprendendo novas coisas não tem preço e nada irá apagar esses momentos da sua memória. Entre tombos, cambaleadas e acertos, pai e filho se divertem, mas aprendem juntos muitas lições importantes. Foi neste momento, enquanto ensinava meu filho a iniciar sua vida de ciclista, que Deus usou me ensinou algo sobre a caminha cristã. São lições simples, mas indispensáveis. Talvez muitas delas, senão todas, são velhas conhecidas. Contudo, Deus quer trabalhar as mesmas verdades em nossas vidas até que creiamos e as pratiquemos em nosso viver.
A primeira lição é que todo crescimento implica em novos desafios. Até poucos dias ele estava pedalando tranquilamente com a ajuda de rodinhas laterais. Agora que está crescendo, precisa tirá-las. Assim também é em nossa vida cristã. Nosso crescimento em Deus implica em abandonar velhas coisas para confiar mais nEle.
A segunda lição é que assim como uma criança no início de seu aprendizado, precisamos aprender a olhar para frente, para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé. Olhar para os lados, para o chão ou para trás deve ser evitado a todo custo.
A terceira lição é que por mais difícil que algo pareça ser, por mais incapacitados que nos sintamos para algo, devemos confiar nos cuidados de Jesus que está sempre ao nosso lado.
A quarta lição é que Jesus não nos abandona mesmo quando fracassamos, Assim como um pai não desiste de ensinar o filho só porque caiu algumas vezes, o Senhor sempre estende a Sua misericordiosa mão e nos dá forças para continuar.
A quinta lição que aprendi é que pensamos estar caminhando sozinhos, mas devemos ter a certeza de que Jesus está nos segurando, direcionando ou sustentando o tempo todo, mesmo nos momentos que andamos ziguezagueando na vida cristã. Tudo está sob seu controle e Ele a todos controla.
A sexta lição é que quando começamos a andar e progredir na vida cristã, jamais devemos esquecer de que Jesus é sempre o nosso Mestre, e que Ele está sempre por perto. Sem Ele nada podemos fazer (João 15:5).
A sétima e última lição aprendida é que a sensação de superarmos dificuldades e barreiras em nossos relacionamentos é fruto unicamente da graça e misericórdia de Deus.
Em suma, podemos afirmar que caminhar com Deus é surpreendentemente maravilhoso porque aprendemos lições preciosas e essenciais até mesmo nas pequenas coisas do dia a dia. Como nosso Pai celestial, Ele quer formar em nós o caráter do Jesus Cristo em todos os momentos. É nesse sentido que Paulo diz em Romanos 8:26: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Esse “bem” é o caráter de Cristo sendo formado em nossa vida todos os dias pela misericórdia de Deus que jamais nos abandona.

Alexandre Pereira Bornelli