PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Além e abismo

É muito comum dizermos que algo veio do além, quando desconhecemos completamente sua origem. O além, para nós, significa algo inexplicável, inatingível e oculto. Por acaso, alguém conhece ou já esteve no além? Igualmente, quando queremos dizer que algo é insondável, dizemos que é um abismo. Alguém sabe dizer qual o fim de um abismo?
Muito embora para os seres humanos, o além e o abismo são coisas completamente desconhecidas e misteriosas, a Palavra de Deus, porém, afirma que ambos estão descobertos diante de Deus! Isto quer dizer que absolutamente nada pode ser escondido de Deus, nem o além nem o abismo. Deus é onisciente, onipresente e onipotente, sabemos disto. Para nossa melhor compreensão destes três atributos de Deus, Ele nos deixou registrado que esses dois lugares, além e abismo, para Ele é como se estivessem à sua frente, totalmente descobertos. Veja o que Provérbios 15: 11 diz: “O além e o abismo estão descobertos perante o Senhor, quanto mais os corações dos filhos dos homens!” Ora, se o além e o abismo que são coisas inatingíveis e desconhecidas pelos homens estão descobertos diante de Deus, diz o texto, quanto mais o coração do homem! Provérbios nos ensina então que qualquer coisa que façamos ou que pretendemos esconder em nosso coração, está na verdade totalmente descoberto diante de Deus, por mais que esteja ainda encoberto diante dos homens. Para Deus tudo está descoberto como se tirássemos a tampa de uma vasilha escura e ascendêssemos uma forte luz para ver tudo, examinando cada detalhe do que está ali dentro. É o que ensina também Hebreus 4:13: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença: pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. É assim que Deus vê e conhece o além e o abismo, bem como tudo o que há dentro do nosso coração. Nada pode ficar as escondidas do Senhor, nem no além, nem no abismo e nem em nosso coração. Davi, no Salmo 139 nos ensina a mesma lição. Diante desta verdade bíblica, como temos vivido? Pensamos que conseguimos esconder algo de Deus? A verdade é que Deus sonda e nos conhece totalmente. Essa verdade, ao invés de nos provocar desespero, deve produzir arrependimento sincero (Salmo 139: 23,24) para que, confessando nossos pecados, vivamos uma vida íntegra, andando na Luz com Deus e com os irmãos. Diante de Deus nossas ações, pensamentos e motivações estão sempre descobertas.
Não importa se dizemos a verdade ou não para Deus, Ele sabe exatamente o que tem em nosso coração. Que a conclusão de Agostinho seja também a nossa conclusão: “Diante de Deus, está sempre a descoberto o abismo da consciência humana: que poderia haver de oculto em mim para Deus, por mais que eu não quisesse dizer a verdade? Conseguiria apenas ocultar Deus aos meus olhos, mas não poderia ocultar-me dos seus”.
Nosso coração é como uma caixa transparente e sem tampa, posta num local perfeitamente iluminado onde nada pode ser escondido dos olhos do Senhor.


                                                        Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Insensato ateu ou insensato religioso?

Vivemos num tempo de confusão espiritual. O ateísmo abertamente declarado já esteve mais na moda em tempos passados. É evidente que ainda tem um remanescente que se declara ateu. Contudo, atualmente, chega a ser status, quase um item no curriculun vitae as pessoas se declararem evangélicas. Porém, a maioria delas continuam vivendo no pecado, como se o verdadeiro Deus, segundo nos mostra a Bíblia, não existisse. Apenas se dizem evangélicos e pronto.
Vemos então, que mesmo não se declarando ateus, muitos vivem como ateus. Afinal, suas vidas continuam totalmente voltadas para o pecado e para este mundo apenas. Não querem dizer que não existe Deus porque acreditam que isso seria moralmente incorreto. Estes, como disse Karl Rahner, “que proclamam Deus com a boca e o negam com o estilo de vida é o que o mundo incrédulo acha incrível”. Assim diz o Salmo 14:1: “Diz o insensato em seu coração: não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem.” Este insensato tanto pode ser o que diz declaradamente que Deus não existe, ou aquele que diz que Deus existe mas que vive como se Ele não existisse, como disse Rahner. Tanto um como o outro são igualmente insensatos, loucos e perderam a razão. O próprio texto de Salmos nos diz a evidência da vida de um insensato: se corrompem e praticam abominação. Deus é o referencial maior do universo. Quando alguém desconsidera a realidade de que Deus existe e governa o mundo, nada mais é capaz de impedir a corrupção, seja ela moral, física ou espiritual na vida de uma pessoa. Por esta causa, além de se corromperem, pela falta de temor do Senhor, tais pessoas praticam abominações. Vivem seus dias pecando deliberadamente contra o Senhor. São adolescentes, jovens, velhos, não importando a idade, quando se diz com a boca ou com a vida que não há Deus, o que resta é corrupção e prática da abominação. Não será o medo do inferno, da polícia, da morte, de doença, da perda de emprego, da destruição da própria família que impedirá alguém de se corromper ou de praticar abominação. Quando uma pessoa vive como se Deus não existisse e não fosse o Soberano sobre tudo e todos, a quem um dia terá que prestar contas sobre sua vida, não há limite para se pecar.
Olhemos primeiramente pra nós mesmos. Talvez dizemos que Deus existe, mas nossa vida, nossos valores, atitudes e prioridades evidenciam e comprovam o que dizemos? Temos a certeza que Deus é Santo e exige santidade de seus filhos e que iremos prestar contas diante dEle? Demonstramos temor e busca por arrependimento diário, além de uma vida de obediência à Palavra de Deus? Isto dirá se somos insensatos ou não. Insensatos ateus ou insensatos religiosos são farinhas do mesmo pote.

Veja o que a Bíblia diz sobre o insensato, lendo estas passagens de Provérbios: 1:7- 10:8,14 -12:15 – 14:3,9 – 15:5 – 17:21 – 20:3 – 26:9,11 – 27:3 – 28:26.
E no Novo Testamento, leia: Mt 7:26 – Rm 1:21,31 – Ef 5:15, 17 – Tt 3:3 – Tg 2:20.

                                                                 Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 12 de abril de 2011

Viva melhor observando duas super dicas

Evangelho de Mateus 22:37 a 39:
37 Respondeu-lhe Jesus: (1º passo) Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.
38 Este é o grande e primeiro mandamento.
39 E o segundo, semelhante a este, é: (2º passo) Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Talvez muitos ficaram animados com o título do artigo. Isso, porque valorizamos muito livros de auto-ajuda que prometem nos ensinar a viver melhor observando dicas e princípios morais, sem qualquer transformação interior. De fato, observar determinadas normas de conduta moral podem ajudar, naturalmente, alguém. Mas, aqui estamos falando de vida espiritual, relacionamento com Deus e de vida eterna. Todos aqueles que almejam viver melhor precisam obedecer unicamente a Palavra de Deus. Não há macetes, dicas, fórmulas mágicas para vivermos melhor. Viver bem não é, necessariamente, ter saúde, dinheiro e poder. Muitos possuem esses três em abundância e vivem mal, sem paz com Deus, consigo mesmo, com os outros e com a família destruída.
Jesus nos deu dois passos para vivermos biblicamente melhor. Conforme a Bíblia nos ensina, quando nosso amor ao Senhor e ao próximo se tornam reais em nossa vida, começamos a viver melhor, independemente de qualquer outra coisa. Segundo Jesus, amar a Deus e ao próximo é o resumo de toda a Lei. Demonstramos amor a Deus quando amamos nosso próximo por causa do amor de Deus derramado em nosso coração. A Bíblia afirma em I João 2:9,10, que "aquele que dizer estar na luz e odeia seu irmão, até agora está nas trevas, aquele que ama a seu irmão, permanece na luz e nele não há nenhum tropeço". E também, I João 4:7: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus".
Queremos viver melhor? Observemos esses dois passos, amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos, para vivermos dentro da vontade de Deus, pois não há nada melhor do que viver desta forma.

                       
                                                                         Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando vejo a Deus, vejo também quem sou.

“O homem jamais alcança um verdadeiro autoconhecimento a não ser que antes tenha contemplado a face de Deus. O conhecimento de Deus e de nós mesmos estão unidos por um laço mútuo
                                                                                                     João Calvino.

Uma das tragédias deixadas pelo pecado original é o fato do ser humano pensar muito a respeito de si mesmo. Paulo já nos exortou sobre isso em Romanos 12:3. A tragédia é ainda maior porque pensamos que somos bons também diante de Deus. Esta característica é determinante naqueles que não conheceram ainda o Senhor. Aqueles, porém, que foram alcançados pelo amor de Deus e que estão conhecendo o Senhor diariamente, estão aprendendo que esse "bom" conceito sobre si mesmo é enganoso. A Bíblia declara em Romanos 3: 10 a 12, que “não há justo, nem sequer um, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviara, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer". Todos significa todos. Contudo, ainda assim nos pegamos crendo que não somos tão maus assim e que nosso coração não é tão enganoso quanto Jeremias diz que é (Jr 17:9).
O fato é que quando não conhecemos a Deus como a Bíblia o apresenta, não conhecemos realmente também a nós mesmos. Aqueles que são muitos cheios de si demonstram estar vazios de Cristo. Não há como estarmos cheios de nós mesmos e cheios de Deus ao mesmo tempo. Isaías é nosso grande exemplo neste aspecto. Na conhecida passagem de Isaías 6, o profeta deixa registrado algo profundo que aconteceu em sua vida. Talvez Isaías se achasse muito correto e temente a Deus, até quando o rei Uzias morreu. Quando isso aconteceu, o profeta disse que viu o Senhor. E, qual a primeira conseqüência disto? Foi que Isaías também viu a si mesmo como de fato ele é, e não como ele pensava que era, ou mesmo que os outros falavam que ele era. Isaías então diz no capítulo 6: 1 e 5 “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. V. 5: Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!”.
Algumas verdades deste texto devem ser destacadas: a) Isaías viu o Senhor e viu que Ele era Santo; b) No mesmo instante que ele viu a Deus, viu a si mesmo como impuro, e; c) Isaías primeiro viu seu pecado, viu que era homem de lábios impuros para, depois, testificar que o povo também tinha impuros lábios. Caso a nossa primeira reação é: eu conheço pessoas impuras, demonstramos estar totalmente cegos quanto ao engano do nosso próprio coração. Nossa primeira reação não deve ser apontar o dedo para os outros, mas sim, primeiramente, de ver que nós mesmos somos impuros.
Aprendemos então que nosso Deus é Santo e que somos pessoas que precisam ser diariamente purificadas pelo Senhor; que primeiro devemos nos preocupar com nosso pecado e não, com os pecados dos outros. Mas, a lição principal é que quando Deus se revela à nós, Ele também revela nosso coração para nós mesmos. E por ter Se revelado primeiro, não ficamos desesperados quando Ele nos mostra quem realmente somos, mas no faz amá-Lo e estar disposto a servi-Lo corretamente. Precisamos destas duas verdades sempre diante dos nossos olhos: Deus é Santo e nós somos impuros, mas Ele quer purificar-nos a cada dia. João Calvino já disse: “Quase toda a sabedoria que possuímos, isto é, a sabedoria verdadeira e correta, consiste em duas partes: o conhecimento de Deus e de nós mesmos” (As Institutas, Vol. I, pag. 35). Blaise Pascal refletindo sobre este assunto concluiu que “conhecer a Deus e, no entanto, desconhecer o nosso próprio estado desprezível produz orgulho; compreender a nossa miséria e nada conhecer sobre Deus é mero desespero; mas, se chegarmos ao conhecimento de Jesus Cristo, encontraremos nosso verdadeiro equilíbrio, pois lá encontramos tanto a miséria humana quanto Deus”. Quanto menos conhecemos a Deus, menos conhecemos realmente a nós mesmos e por isso nos achamos bons e merecedores do amor de Deus; e quanto mais conhecemos o Senhor, mais vemos nossa pecaminosidade e impureza e ao mesmo tempo, o grande e incondicional amor de Deus. 

                                                                        Alexandre Pereria Bornelli

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A diferença entre ter filhos e ser pais

Ter filhos não é difícil. Ser pai (entenda-se sempre pai e mãe) é. Ter filhos é resultado da união física entre marido e esposa, um homem e uma mulher. Ser pai, porém é resultado de uma união dos pais com Cristo. Podemos, então, ter filhos sem que sejamos pais?
Para se ter apenas filho não precisa, necessariamente, de caráter, responsabilidade, renúncia e amor. Muitas pessoas têm filhos sem ter nenhum desses requisitos. São apenas reprodutores. Quando casamos e Deus nos concede a graça de termos filhos, apenas os temos. Com o tempo, aprendemos a ser pais. Tenho filhos, mas estou aprendendo todos os dias a ser pai. E que tarefa difícil e desafiadora! O pai é aquele que além de cuidar material e fisicamente do filho, vai mais além, suprindo-o com o Evangelho de Cristo, com o bom exemplo cristão, com renúncia e investindo seu tempo em favor deles. Este é o lado mais exigente para sermos pais. Trabalhar e colocar comida na mesa, pagar escola, plano de saúde, roupa e brinquedos ao filho não é fácil hoje em dia, certamente. Contudo, ainda é mais fácil do que ser pai, que exige tempo, renúncia, dedicação e amor. Os pais precisam falar repetidas vezes sobre Cristo, dedicar diariamente parte do seu tempo e energia a ele, e constantemente ensiná-lo, educá-lo e ajudar a moldar seu caráter conforme as Escrituras. Todos aqueles que têm filhos concordam que ser pai é um eterno aprendizado. Aprendemos com Deus a ser pais. Afinal, não fomos feitos filhos de Deus e deixados para viver sozinhos. Deus, nosso Pai, sempre está nos orientado, corrigindo, exercendo paciência e misericórdia em nosso favor e investindo tempo em moldar nosso caráter à semelhança do Seu Filho Jesus. Isso é ser pai! E nós, como pais, devemos fazer o mesmo. É preciso viver o Evangelho mesmo diante de todas as nossas limitações, erros e pecados. Em Deuteronômio 6 aprendemos que os pais devem falar de Cristo durante as atividades normais da vida, andando pelo caminho, assentados em nossa casa, ao deitar, ao levantar, etc. É preciso dedicar tempo, atenção, sair para passear, brincar juntos, desmarcar programas pessoais muitas vezes em benefício dos filhos. Não é uma idolatria aos filhos, onde os pais se anulam para viver em função dos mimos e exigências deles. Nem pode ser isso, nem pode ser um relaxo total, achando que os filhos se criam sozinhos. Pais super protetores ou ausentes são dois graves erros que trazem sérias e trágicas conseqüências aos filhos. Somente Deus nos capacita para caminharmos mais próximos do equilíbrio e do que é realmente ser pai segundo a Bíblia. Sinceramente, ser pai não é tão simples quanto apenas ter filho. Ser pai é experimentar diferentes sentimentos, ora dizemos: Que desafio! Que missão! Que responsabilidade! Que insegurança! Noutro momento, dizemos: Que privilégio! Que alegria! Que satisfação! Mas sempre, tenhamos em mente que filhos são uma benção de Deus aos pais. Você tem filho apenas, ou está aprendendo diariamente a ser um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe? Que Deus continue trabalhando na vida de todos aqueles que têm filhos, mas que ainda não são verdadeiros pais.

Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Desviando-se dos maus caminhos.

Em muitos casos, o desvio é a melhor opção. Quando estamos viajando e determinado lugar da estrada é perigoso, seja pela má conservação da estrada ou por perigos de assalto, a melhor coisa é desviar daquele caminho, seguindo outro mais seguro.
Davi, em sua “viagem” da vida, tinha essa decisão em sua mente. Quando se deparava contra algo perigoso, algo que ameaçava sua paz com Deus, sua santidade, algo que pudesse ser capaz de lhe causar algum dano espiritual, se desviava. Isso não é medo de enfrentar a realidade como alguns pensam, mas é sabedoria e temor de Deus. É o que ele diz no Salmo 119:101: “De todo mau caminho desviei meus pés, para observar a Tua Palavra.” Davi sabia e, devemos aprender também, que não há como guardar a Palavra de Deus, a menos que nos desvencilhemos de toda impureza. Veja o cuidado de Davi em desviar dos caminhos do pecado! “De todo mau caminho desviei meus pés...” Davi não se desviava apenas de alguns maus caminhos, mas de todos! Até dos caminhos maus que são prazerosos. Afinal, o que é um caminho mau para nós? É só o caminho do crime e das drogas? É possível existir um caminho mau, pecaminoso, mas que seja momentaneamente prazeroso? Sim, é possível (Hb 11:24 a 26). Uma má amizade, algumas literaturas, filmes, programas de TV são caminhos maus também que precisamos desviar. Davi vigiava seus caminhos, desviando seus pés para não caminhar pela impureza, vícios, paixões da mocidade, inclinações da carne e pelo que os outros dizem ser bom. Ele não ia vivendo por viver, sem discernimento. Ele mantinha-se atento pelo caminho que estava andando. É isso que Paulo ensinou Timóteo a fazer, quando disse (II Tm. 2:22): “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”. Tão logo Davi percebia que estava correndo para o mal, observava a Palavra de Deus e abandonava o mau caminho. Nosso referencial sempre deve ser a Palavra de Deus! Davi não ficava “deprê”, se lamentando, se condenando, ou curtindo o pecado. Ele voltava-se para a Palavra de Deus! O que também impressiona nessa atitude de Davi, demonstrando seu caráter e sua seriedade diante de Deus, é que esta foi uma decisão dele, ninguém o obrigou a tomar, ele viu a necessidade pessoal de sempre ser guiado pela Palavra de Deus. Davi sabia que o caminho da impureza impedia-o de guardar a Palavra de Deus; e que observando a Palavra, ele era liberto diariamente do caminho da impureza. Qual o motivo de Davi em afastar-se do mau caminho? Não era para ser apenas moralmente correto. Mas, para observar (guardar) a Palavra do Senhor e não pecar contra Ele. (119: 11). Que motivação pura! Davi então demonstra uma busca pela santidade prática e real ao se desviar do mau caminho e observar a Palavra.
Observamos que, por um lado, Davi afastou-se da impureza. Por outro, aproximou-se da Palavra de Deus. Este sempre é o ensinamento da Palavra – Sl 1 – II Tm 2:22. Afastar-se do pecado e aproximar-se de Deus é o que devemos fazer.
Esta atitude de Davi revelou duas preciosas verdades sobre seu coração: uma evidência que ele de fato amava a Deus e a Sua Palavra; e, conseqüência disto, o fato que ele não andava pelo que o outros fazem, pelo que é momentaneamente prazeroso, mas sim pelo que a Palavra determina e ensina.
As perguntas que devemos responder diante destas verdades, são: temos, igualmente, desviado de todo caminho mau que se apresentam todos dias à nossa frente? Temos, além de fugido, observado a Palavra de Deus para não pecar contra Ele, ou temos fugido por medo das conseqüências naturais apenas? Isto seria moralismo e não, cristianismo. Deus sonda nossas motivações! Não há reverência real pela Palavra de Deus onde não há cuidado em evitar todo e qualquer caminho mau! Este é o precioso ensinamento do Salmo 128:1: “Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor e anda nos Seus caminhos!”. A prova que tememos a Deus é que observamos Sua Palavra e andamos obedientes a ela.


Alexandre Pereira Bornelli