PENSAI NAS COISAS DO ALTO

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Nem ansioso, nem ocioso.

"Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara seu pão, na sega ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade com um homem armado." (Provérbios 6:6 a 11)
"Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quando ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vossa vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?
...
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia seu próprio mal" (Mateus 6:25 e 34)
A Bíblia muitas vezes traz verdades que, aparentemente, são opostas, quando na verdade, são complementares. Quem de nós não anda ansioso pelo que iremos comer, beber, vestir, fazer, ser, ter e pelo nosso corpo? Na passagem de Mateus, vemos Jesus ensinando sobre a importância da confiança plena na providência de Deus para até mesmo as questões elementares da vida. Isto é o melhor antídoto contra a ansiedade: confiar plenamente no amor de Deus em todos os aspectos da nossa vida. Mas, será mesmo possível vivermos sem nos preocupar com o que teremos para comer, beber e vestir amanhã? O desafio da Bíblia para cada um de nós que cremos em sua inerrância é fazer-nos viver o hoje na confiança plena no amor de Deus por nós.
Devido ao pecado que em nós habita, tendemos ou a ser ansiosos, duvidando que Jesus realmente suprirá nossas necessidades ou, ociosos, não fazendo nada e esperando tudo acontecer, apesar da nossa preguiça e comodidade. Tanto a ansiedade quanto a ociosidade, são pecados. O texto de Provérbios diz para aprendermos com a formiga a não sermos preguiçosos e ociosos. Noutras palavras, não devemos ficar deitado "em berço esplêndido" aguardando tudo cair do céu. Embora Deus não precisa de nossa ajuda para nada, Ele, graciosamente, em algumas coisas, nos torna seus cooperadores. E, neste aspecto, temos nossa cooperação no sentido de fazer nossa parte para, depois, confiar o resultado a Deus. Portanto, se por um lado, viver tenso, preocupado a todo instante se teremos nossas necessidades básicas supridas é falta de fé na providência e amor de Deus, por outro, viver ocioso, não fazendo nada, assentado em nossa preguiça, evidencia um entendimento errado quanto a nossa responsabilidade diante de Deus. Depois, de nada adiantará chorarmos e lamentarmos as consequências, pois "assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado" (Provérbios 6:11).
Portanto, não devemos ficar ansiosos e não podemos ficar ociosos. Isso na prática não é fácil de se resolver, visto que o pecado nos leva para um dos extremos. Creio que o ensinamento de Jesus, nesta passagem é para confiarmos totalmente no amor e na providência de Deus enquanto fazemos nossa parte, trabalhando honestamente, tendo nossa ocupação levada a sério e sendo bons testemunhos em nosso trabalho. Devemos sim trabalhar, mas crer que o sustento vem unicamente das mãos de Deus, sendo Ele mesmo quem nos dá capacidade e condição espiritual, emocional, física e material para fazer nossa parte diligentemente, enquanto aguardamos o resultado que vem somente das Sua Soberana vontade. Este ensinamento de Mateus não é para ficarmos sentados em nossas confortáveis poltronas esperando alguém vir nos suprir. Aprendamos com a formiga! Enquanto Deus nos der condições para trabalhar, devemos ser diligentes para cumprirmos com nossa obrigação e responsabilidade, sempre depositando e creditando nosso sustento ao Senhor. O que muitas vezes nos leva a ser ansiosos pelo amanhã é justamente o fato de ficarmos ociosos hoje. Devemos levantar todos os dias e dobrar os joelhos em oração, suplicando por graça e fé para enfrentar o dia, fazer o que tem que ser feito com responsabilidade e fé, vivendo cada dia na presença de Deus como se fosse nosso último dia, a fim de sermos obedientes ao Senhor, para que tenhamos nossa consciência limpa diante de Deus, podendo então, aguardar confiantemente o cumprimento da Sua vontade que é boa, perfeita e agradável (Rm 12).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Decisões prévias

Decisões prévias podem muito nos ajudar na vida. Neste começo de ano, ao sair de férias com a família, por exemplo, decida previamente que não infringirá as Leis de trânsito. Decida isto antes de pegar a estrada, será melhor.
Nossa vida espiritual também é beneficiada com decisões prévias. É certo que é Deus quem opera em nós tanto o querer como o efetuar com relação à salvação e a tudo mais (Filipenses 2:13). Contudo, como cristãos, podemos querer obedecer a Deus, podemos estar dispostos a ser obedientes aos preceitos bíblicos. Isto já é uma decisão prévia que nos beneficiará como filhos de Deus. Como é Ele quem opera todas as coisas, então, é certo dizer que até mesmo este nosso querer foi gerado pela Sua vontade. É estranho pensar assim, mas o fato de querermos obedecer a Deus não é mérito nosso e sim, graça de Deus que gerou essa vontade em nós. O fato é que podemos, diante de Deus, decidir viver obedientes à Sua Palavra a todo instante, apesar das circunstâncias. Uma vida consagrada ao Senhor, decidirá obedecer aos preceitos bíblicos em qualquer situação, apesar das dificuldades. Decisões prévias espirituais também podem nos ajudar a permanecer em uma vida de santidade ao Senhor. Por onde quer que andemos , o que quer que façamos, podemos estar decididos, pela graça de Deus, a obedecer aos seus mandamentos, sem considerar as conseqüências. Seja em relação as nossas amizades, lazer, profissão, negócios, tudo se beneficiará se estivermos predispotos a obedecer a Deus. O Espírito Santo, que é o árbitro em nosso coração (Cl. 3:15) nos guiará a toda a verdade e nos alertará, mediante a paz de Deus em nosso coração, para sabermos se estamos ou não obedecendo a Deus no que estamos fazendo. Uma das vantagens de estamos resolvidos a obedecer a Deus é que o faremos sem murmuração. O fato de decidirmos previamente não quer dizer, sob hipótese alguma, que temos condições, por nossa própria força, determinação e competência, de nos guiar pelo melhor caminho. Salomão já disse que “Há caminhos que ao homem parece reto, mas o fim deles é a morte” (Pv. 14:12). Nossos caminhos não nos conduzem a um bom lugar. O profeta Jeremias - 17:9 – da mesma forma nos alerta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” Para queremos obedecer ao Senhor, precisamos, antes de tudo, ter uma vida íntima com Ele, cheia do Espírito para que nossas decisões estejam em conformidade com as Escrituras, pois não temos a mínima capacidade e condição de nos guiar pelo caminho da santidade e da obediência a Deus sem a preciosa e imprescindível ajuda do Espírito Santo de Deus. O que nos cabe é pedir por Graça para que o Espírito Santo nos convença que o melhor caminho é realmente, obedecer ao Senhor. Em I Coríntios 2:2, o apóstolo Paulo nos deixou um belo exemplo de uma decisão que tomou em sua vida, ao dizer: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado”. Lembremos também da pergunta feita por Jesus ao paralítico em João 5:6: “Queres ser curado?”. O paralítico não respondeu diretamente que desejava a cura. Ao contrário, ficou transferindo a culpa de não ter sido curado para as pessoas ao seu redor. Podemos aproveitar o princípio desta passagem e responder se queremos ou não, obedecer a Deus? O Senhor não está interessado em escutar nossas justificativas, nossos lamentos, murmurações e desculpas. Ele quer saber de uma coisa apenas, queremos de fato obedecê-Lo?
Não podemos viver nossa vida cristã sem resolver esta questão. Quando, pela Graça de Deus, temos a condição de obedecer a Deus, somos preservados de cair em muitas tentações. Consideremos que Deus jamais obrigou alguém a obedecer-Lhe à força. O amor de Deus nos constrange e por isso, o obedecemos com prazer. Decidir obedecer a Deus não nos isentará de possíveis pecados, mas será uma proteção a mais que nos ajudará a permanecermos fiéis ao Senhor, sendo mais resistentes às tentações. Comecemos este ano, suplicando a Deus por graça para que queiramos e estejamos mais dispostos a obedecê-Lo sem murmuração, sem desculpas, sem justificativas por não estarmos obedecendo. Confiemos que Ele tem o melhor para nós, e que esse melhor é nos conformar a imagem e semelhança de seu Filho Jesus Cristo, que foi obediente até a morte, e morte de Cruz, conforme a bela descrição de Filipenses 3.


Alexandre Pereira Bornelli