PENSAI NAS COISAS DO ALTO

segunda-feira, 28 de abril de 2008

UTILIZE MÉTODOS, MAS CONFIE EM DEUS.

UTILIZE MÉTODOS, MAS NÃO CONFIE NELES; CONFIE EM DEUS.
JOHN PIPER


Isto parece tão simples; e, como um princípio, é bastante simples. Mas, na prática, nós, pecadores, somos inclinados a confiar nos meios e não em Deus. Faço planos frequentemente e percebo ue meu entusiasmo cresce ou diminui, à medida que os planos são perspicazes ou não. Isto é confiar em planos e não em Deus. Sem dúvida, Ele deseja que utilizemos meios para realizar a sua obra. Todavia, é evidente que Deus não deseja que confiemos nestes meios. "O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor" (Pv 21:13). Portanto, nossa confiança deve estar no Senhor e não em cavalos. "Uns confiam em carros, outros em cavalos; nós, porém, nos gloriamos em o nome do Senhor, nosso Deus" (Sl 20:7).

A vida de George Muller foi dedicada a comprovar esta verdade. Em certa ocaisão, ele explicou como esta verdade se relaciona à nossa vocação. Devemos trabalhar para obter nosso sustento e suprir nossas necessidades. No entanto, não devemos confiar em nosso trabalho, e sim em Deus; pois, do contrário, sempre estaremos ansiosos pelo fato de que nossas necessidades não serão satisfeitas, se não pudermos trabalhar. Entretanto, se estamos confiando em Deus, não em nosso trabalho, e se Ele ordenar que percamos nosso trabalho, podemos estar certos de que Deus satisfará nossas necessidades; assim, não precisaremos ficar ansiosos. Eis a maneira como Muller apresentou o assunto:

"Por que estou realizando este trabalho? Por que estou envolvido neste negócio ou nesta carreira? Em muitas instâncias, no que diz respeito à minha experiência, que reuni no ministério entre os crentes, durante os últimos 21 anos, creio que a resposta seria: 'Estou envolvido em minha vocação terrena para que tenha meios de conseguir as coisas necessárias da vida, para mim e minha família". No que se refere á vocação terrena dos filhos de Deus, este é o principal erro do qual resultam quase todos os demais erros nutridos por eles - não é bíblico nem correto estar envolvido em um negócio, uma profissão, uma vocação apenas para ter meios de conseguir as coisas necessárias à vida pessoal e familiar. Isto é evidente das seguintes passagens bíblicas: I Tessalonicenses 4:11-12, II Tes. 3:10-12 e Efésios 4:28.

É verdade que o Senhor provê as necessidades da vida por intermédio de nossa vocação secular. No entanto, esta não é a razão por que devemos trabalhar; isto é bastante claro da seguinte consideração: se o possuirmos as coisas necessárias à vida dependesse de nossa capacidade de trabalhar, nunca ficaríamos livres de ansiedade, pois sempre teríamos de perguntar a nós mesmo: "O que farei quando estiver velho e não puder mais trabalhar? Ou quando, por causa de enfermidade, for incapaz de ganhar o pão de cada dia?" No entanto, se, por outro lado, estamos envolvidos em nsosa vocação terrena, porque é a vontade de Dues que trabalhemos e que, fazendo isso, sejamos capazes de suprir nossas necessidades e de nossos queridos, bem como ajudar os fracos, os doentes, os idosos, os necessitados; assim, temos um motivo excelente e bíblico par dizermos: "Se agradar ao Senhor colocar-me na cama, por causa de enfermindade, ou impedir-me, por causa de doença, idade avançada oui falta de emprego, de obter o meu pão de cada dia, por meio do trabalho de minhas mãos, meus negócios ou minha profissão, Ele mesmo providenciará o necessário para mim" (Uma narrativa de Algumas das Realizações do Senhor para com George Muller - vol. 1, escrito por ele mesmo; Muskegon, Michigan, Dust and Ashes Publications).

Esta verdade se aplica não somente à nossa vocação secular, mas a todas as áreas de nossa vida. Momento após momento, usamos meios para manter nossa vida e realizar os propósitos de Deus (comida, telefone, casa, remédios, carro, pedreiros, médicos, etc.). Temos que aprender a lição de não confiar nestas coisas, quando as usamos, e sim confiar em Deus. Isto se aplica também ao planejamento para a nossa igreja. Fazemos planos. Elaboramos orçamentos. Ensinamos e aconselhamos. A tentação permanente é a de confiarmos nestas coisas e não em Deus, para agir com, por intermédio de ou sem estas coias. Portanto, enquanto sonhamos a respeito de missões e de nosso ministério, utilizemos meios, mas confiemos em Deus. As promessas dEle são as únicas coisas seguras. Todos os nossos meios são falíveis.
George Muller resumiu assim este princípio:

Este é um dos grandes segredos relacionados ao serviço bem-sucedido para o Senhor - trabalhar como se todas as coisas dependessem de nossa diligência, mas, apesar disso, não depender do menor de nossos esforços, e sim das bençãos do Senhor" (Narrativa, vol. 2. p. 290).

Ou, conforme a Bíblia o diz: "Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2. 12-13).
E, conforme Paulo também declara: "Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo" (I Co 15:10)

Que o Senhor nos conceda estarmos livres de toda ansiedade, enquanto confiamos nEle, em vez de confiarmos nos meios que utilizamos.


Revista Fé para Hoje nº22 - ano 2004, pag. 30 a 32.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

AOS POUCOS

Nenhum perigoso ladrão conquistou seu espaço no mundo do crime da noite para o dia. Nenhum homem “de bem” acordou um dia e saiu cometendo os mais bárbaros crimes. As coisas foram acontecendo devagar, aos poucos. Foi preciso ganhar experiência em roubos menores. Foi preciso até mesmo perder o medo e a vergonha de roubar. E, com o tempo, um pequeno roubo já não mais era suficiente. Era preciso ir para o seqüestro, latrocínio, homicídio, estupro, etc.
Assim somos nós, vis pecadores desde o ventre materno. Nenhum de nós acorda e fala de repente: “vou me envolver na bebida, nas drogas, na prostituição, na mentira, vou adulterar etc”. O princípio aplicado ao ladrão é o mesmo aplicável a nós cristãos. Aos poucos deixamos de ler e meditar na Palavra todos os dias, aos poucos abandonamos nossa vida de oração, aos poucos perdemos o temor de Deus, aos poucos perdemos a vergonha de não mais nos dedicarmos ao Senhor, aos poucos vamos quebrando princípios de Deus, aos poucos abandonamos a reunião da igreja, aos poucos nos distanciamos da companhia e do convívio dos irmãos, aos poucos os valores bíblicos que eram nosso referencial para viver passam a ser desprezados e até ridicularizados, aos poucos nos atolamos no lamaçal de um pecado aqui, outro ali, aos poucos perdemos o discernimento espiritual entre o santo e o profano, do que é de Deus e do que é do mundo. Conta-se que para matar um sapo, basta coloca-lo numa vasilha ao fogo com água a temperatura normal, e deixa-lo lá até a água começe a ferver, matando-o sem qualquer resistência. Nesse processo de aquecimento aos poucos da água, o sapo não percebe o perigo que está e não toma nenhuma atitude de sair de lá, vindo a morrer. Se jogarmos o sapo na água fervente, ele pulará da água no mesmo instante. Assim também acontece com os cristãos com relação ao pecado. Vamos indo, caminhando e curtindo o pecado e, quando nos damos conta, já estamos imersos, enredados e sujos. Se alguém de repente nos convida para praticar algum pecado evidente e notório, muitas vezes iremos nos assustar e arredar os pés. Mas, a estratégia de Satanás é criar uma situação aparentemente agradável com o convite para pecarmos, a fim de que não percebamos o grave perigo que estamos correndo e para onde estamos sendo arrastados. É sobre isto que nos adverte o Salmo 1º. Vejamos os degraus da decadência que nos leva para longe de Deus descritos ali. Tudo começa com uma perguntinha: "que mal tem em fazer isso". Veja o grande mau que vamos causando com nossa negligência em irmos aos poucos amando o mundo e nos enraizando nele. Analisemos os três degraus decadentes que o Salmo primeiro nos mostra. Primeiro, não devemos andar no conselho dos ímpios. Você pode se perguntar: "mas que mal tem andar com aquela turminha?". Tem muito mal. Os ímpios não temem a Deus e não estão nem um pouco preocuados com a santidade e com o agradar a Deus. Para eles, Deus não existe. Veja então o próximo passo de quem anda no conselho dos ímpios. O segundo degrau nos diz que não devemos nos deter nos caminhos dos pecadores. Ora, deter é parar, é concordar com os caminhos dos pecadores. Primeiro, escutamos seus conselhos e depois, passamos a andar em concordância com os pecadores. Ainda não satisfeito, você novamente se pergunta: "mas, que mal tem fazer programas, de andar, de sair e curtir a vida com aquela turminha da faculdade, da escola, do serviço?". Veja aonde estes dois degraus anteriores nos levam. Em terceiro, não devemos nos assentar na roda dos escarnecedores. Neste momento, ao nos assentarmos com os ímpios, com aqueles que escarnecem Deus, compartilhando do nosso tempo, de suas amizades, desfrutando dos prazeres carnais inerentes aos que não conhecem a Deus, já é um evidente sinal de que fomos seduzidos e enredados pelo pecado. Estamos na"água fervente" pensando estarmos em boa situação. Não que devemos ignorar, no sentido de ser mal educados com as pessoas que não crêem em Deus. Antes, devemos amá-los e pregar o evangelho de Cristo. Porém, o que de costume acontece, infelizmente, é que somos influenciados pelo mundanismo deles, nos afastando do Senhor, da igreja e dos irmãos, ao invés de trazê-los a Cristo. Foi isso que aconteceu também com Pedro. Ele foi aos poucos enfraquecendo sua fé ao ponto de negar o Senhor Jesus 3 vezes quando perguntado se era um dos discípulos. E logo Pedro que se achava tão fiel a Deus! O coração de Pedro é o mesmo coração nosso, enganoso e inclinado para o mundo, para o pecado. Somente pela Graça de Deus é que temos condições de evitar o caminho do mundo e do pecado.
Afinal, é aos poucos que vamos tomando a forma do mundo e que acabamos por nos conformar com este século, quando não deveríamos fazê-lo (Rm 12:2). Tente lembrar o momento exato em que você começou a distanciar-se de Deus. Pergunte a si mesmo qual o local exato da ruptura da intimidade com Deus em sua vida. Provavelmente você não se lembrará exatamente. Poderá, quem sabe, se lembrar dos primeiros pecados cometidos que desencadearam numa vida imersa no pecado. Mas tente saber com exatidão quando você começou a negligenciar sua vida com Deus, a importância da santidade e da pureza. Aos poucos, e sempre é aos poucos, que vamos negligenciando a leitura e a meditação na Palavra. Com isso, nosso coração vai se tornando frio e insensível para com as coisas de Deus, pois está seduzido pelas coisas do mundo. Daí por diante, a queda ao mudanismo é livre e inevitável. Com isso, trocamos os valores de Deus pelos valores do mundo; a reunião da igreja por reunião em barzinhos, festas e bailes; amizades cristãs por amizades mundanas; a Bíblia pela novela e pelo o que eu acho melhor; a obediência a Deus pela obediência ao mundo; o dia pela noite; a vida santa pela vida marcada por pecados não confessados; a pureza pela sujeira; o certo pelo errado; a oração pela reclamação; a verdade pela mentira; a inocência pelo cinismo e a sensibilidade a Deus pela dureza do coração. Essas e tantas outras características de um coração afastado de Deus são péssimas trocas que fazemos constantemente por negligenciarmos o Espírito Santo que sinaliza em nosso coração que estamos em pecado e que nossa intimidade com Deus está prejudicada. Só nos resta arrepender e confessar os pecados. Mas, muitas vezes, continuamos duros e cínicos e por isso, caminhamos de mal a pior.
Portanto, devemos observar nossa vida cristã agora à luz da Palavra de Deus, a fim de sabermos como está nossa vida de oração, de leitura da Palavra, de comunhão com Deus e de freqüência às reuniões da igreja. Estamos indo aos poucos para longe de Deus com o nosso viver diário? Analisemos nossas amizades, os ambientes onde estamos freqüentando e nosso linguajar. Temos tipo pensamentos sobre a volta de Jesus, sobre a importância da integridade na vida cristã e sobre o amor a Deus? Não há como fugirmos dessas verdades. A única saída para o cristão é suplicar pela misericórdia de Deus, pedindo que nos convença dos nossos pecados, levando-nos ao genuíno arrependimento que, inevitavelmente, no fará retornar ao caminho da consagração, da santidade, da separação do mundo, do arrependimento e da obediência à Santa Palavra de Deus. A volta também deve ser aos poucos e sempre, retornando diariamente nossa busca pela Verdade, santidade e pureza em todas as áreas da nossa vida. Cuidemos, pois é aos poucos que vamos nos afastando de Deus assim como somos afastados da praia pela correnteza do mar.
Alexandre P. Bornelli

terça-feira, 22 de abril de 2008

NÃO QUERO UM DEUS QUE FUNCIONE

Já decidi: não quero um deus que funcione segundo minhas expectativas.
Não quero um deus que funcione de acordo com minhas orações.
Não quero um deus que funcione de acordo com a minha noção de justiça.
Não quero um deus que funcione a partir das minhas chantagens religiosas e minha birra espiritual.
Não quero um deus que funcione na solução dos meus problemas, para me arranjar um emprego, para curar meu filho, para me ajudar a realizar meus sonhos.
Não quero um deus que funcione todas vez que me coloco para cultua-lo e ouvir Sua palavra.
Não quero um deus que funcione à base da manivela da minha prática religiosa e de minha limitada piedade.
Não quero um deus que funcione para aliviar minha mente estressada e meu coração carregado dos cuidados deste mundo.
Não quero um deus que seja à minha imagem e semelhança.
Rejeito este relacionamento utilitário com Deus. De olhar para Ele como uma máquina de abençoar pessoas. Como essas máquinas de refrigerante que a gente encontra nas lojas de conveniência. Uma máquina que, para funcionar, precisa das moedas da oração, da leitura bíblica, do jejum, da participação regular nas atividades da igreja, do exercício constante e rígido para manter a santidade e não pecar, e assim por diante. Não quero um deus conveniente.
Rejeito esse evangelho que diz que Deus irá me abençoar apenas quando eu fizer determinadas coisas corretamente, que irá amar-me mais se eu tiver determinadas atitudes, que irá escolher-me para coisas importantes se meu coração estiver perfeito em sua presença.
Não quero um deus que funcione a partir de mim mesmo. Esse não é o deus verdadeiro, mas sim o resultado frágil do meu próprio egoísmo, que lá no fundo busca um deus que lhe sirva para todos os fins.
Não, não quero um deus para funcionar. Hoje eu quero um Deus para me relacionar, para conhecer na intimidade, para reconhecer Sua soberania e submeter-me aos Seus propósitos. Quero um Deus para adorar, para amar, para me entregar, ainda que em minha vida as coisas não funcionem como eu gostaria. Quero um Deus para crer e manter-me fiel, ainda que isso implique em permanecer enfermo, desempregado, ou viver outras circunstâncias contrárias.
Não estou procurando funcionalidade, mas relacionamento. Talvez o mesmo relacionamento do filho pródigo com seu pai (Lc 15). Um relacionamento baseado na graça e no amor do Pai, o qual, em todo o tempo, manteve aberta a porta do abraço e do beijo.
Quero ter com Deus o relacionamento de Arão, cujo privilégio foi ouvir do próprio Deus: “Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás; eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel.” (Números 18:20).
Já decidi: esse será o grande alvo da minha vida!

Pastor Henrique Rossi

quarta-feira, 16 de abril de 2008

IMPURO OU PROFANO COMO FOI ESAÚ

Indubitavelmente, uma das piores trocas e negociações realizada que se tem notícia, foi feita por Esaú.
O fato não precisa ser contado em detalhes, pois é notório o que acontece. A leitura de Gn. 25:29-34 nos conta o que aconteceu. Em síntese: exagerando em sua necessidade (fome), Esaú vendeu seu direito de primogenitura a Jacó, seu irmão. Parece algo sem importância. Afinal, se o direito era de Esaú, ele podia fazer o que bem quisesse com ele, podemos indagar. A primogenitura dava ao primogênito o direito de ser abençoado pelo pai e de receber maior parte na herança. Era um privilégio e uma graça de Deus aos primogênitos (Gn 25: 31-34; 27:36). Poranto, o que Esaú desprezou, na verdade, foi a benção e a graça de Deus. Preferiu satisfazer sua necessidade física, no caso, a fome a preservar o que Deus lhe havia dado.
Dentre os diversos e preciosos ensinamentos que esta história traz para a nossa vida espiritual prática, queremos apenas enfatizar a exortação trazida no texto de Hebreus 12:16, que diz: “nem haja algum impuro ou profano como foi Esaú, o qual por um repasto, vendeu seu direito de primogenitura”.
Interessante observar que o versículo 14 do capítulo 12 de Hebreus, exorta-nos quanto à pureza e à paz na vida cristã, dizendo que sem santidade ninguém verá o Senhor. Uma advertência muito séria. Logo em seguida, o verso 16 diz para que não sejamos como Esaú, que foi impuro ou profano. É uma outra exortação importantíssima! Impuro porque seu coração preferiu as coisas materias às espirituais. E, profano, porque ele usou algo sagrado (direito de primogenitura), como sendo algo secular. Ele profanou a benção de Deus.
Mas, afinal, onde lemos que Esaú tinha costumes impuros ou profanos no passado? Não somos informados pelas Escrituras que Esaú era um homem promíscuo, imoral, com hábitos e atitudes pornográficos, uma pessoa que se dedicava a uma vida imersa em bebedeiras e orgias. Qual a razão então, de Esaú ter sido considerado impuro ou profano? Nossa cultura atribui impureza somente àqueles de vida pródiga. Àqueles que se embriagam, que vivem em festas noturnas, que fazem sexo livre, satisfazendo os prazeres carnais. É preciso dizer que tais pessoas são reputadas, corretamente, como impuras. Contudo, não temos informações de que Esaú fosse uma dessas pessoas. Muito embora Esaú não tenha sido uma pessoa de vida desregrada, a Bíblia afirma que ele foi impuro ou profano. É um alerta a todos aqueles que se julgam santos só por não fumar, beber e falar palavrão.
Partindo desta verdade incontestável, com a lição de Esaú é-nos ensinado que a impureza não é somente quando somos escravos de vícios sexuais, alcoólicos, tóxicos e outros quaisquer. Existem muitos crentes que vivem de forma moralmente respeitável diante da sociedade, de forma naturalmente saudável, mas que podem ser impuros ou profanos diante de Deus. Esaú é nosso exemplo clássico!
Qual a razão única de Esaú ter sido considerado um impuro ou profano então? Foi devido ao fato de ter trocado o espiritual pelo material. Esaú era um impuro espiritual. Ele trocou sua benção espiritual (direito de primogenitura) por um simples prato de lentilhas preparado astuta e maliciosamente por seu irmão Jacó, que sabia que seu irmão era homem do campo e iria chegar cansado e com fome. Jacó devia conhecer também a necessidade de seu irmão. Pegou-o pelo ponto fraco: o estômago! Mas a culpa foi exclusiva de Esaú. A Bíblia não diz que Esaú foi profano por causa da atitude de Jacó. Ao contrário, a atitude de Jacó seu irmão apenas evidenciou a profanação e a impureza já existente no coração de Esaú. Foi somente Esaú que foi considerado impuro ou profano. O golpe de Jacó sobre seu irmão é um outro assunto. Embora fisicamente Esaú pudesse não ser considerado impuro, espiritualmente ele o era. Esaú era um trabalhador, homem do campo, devia ser responsável, acordava cedo para enfrentar o dia na força do trabalho braçal. Talvez muitos o admirassem por ser homem do campo, rude, forte e bem disposto. Provavelmente, ninguém diria que Esaú pudesse vir a se tornar impuro ou profano diante de Deus. Muitos o defenderia, dizendo ser ele merecedor de bênçãos porque era trabalhador, embora fosse pecador como qualquer um de nós. O fato é que Esaú amava mais os prazeres da carne do que a Deus. Ele fez de tudo para satisfazer sua fome e sua necessidade material. Esaú era materialista. A troca que ele fez deixou isso muito claro. Não há o que contestar.
Esaú é apresentado a nós como alguém que tem desprezado as promessas de Deus, em contraste com as promessas de fé descritas no capítulo 11 de Hebreus. O contraste de Esaú com Moisés é forte. Moisés trocou os tesouros do Egito para sofrer pelo nome de Cristo, porque via e cria no galardão (Hb. 11:26). Esaú, ao contrário, só enxergou o prato de lentilha. Esaú não conseguia ver a promessa de Deus aos primogênitos. Ele estava com fome, era escravo da fome, era um imediatista. Provavelmente, Esaú também era ansioso, visto que sua fome direcionou e determinou sua escolha, não fazendo-o esperar por uma outra refeição. O que ele queria mesmo era resolver seu problema do momento, ainda que para isso, fosse necessário desprezar a promessa futura de Deus (Gn 25:29-34), o que de fato fez. Ele era profano, porque desprezou o espiritual, preferindo o prazer do momento. Para ele, a benção de Deus ao primogênito era desprezível perto da fome que estava. “De que me adianta ter o direito de primogenitura se vou morrer de fome”, exagerava Esaú tentando-se justificar diante do seu pecado. Evidente que Esaú não morreria de fome. E, da mesma maneira, fazemos nós em muitas áreas de nossa vida. Exageramos em nossas necessidades para justificar nossos pecados.
O pecado de Esaú não foi por uma troca qualquer. Por ser o primogênito, Esaú tinha direito o privilégio de receber o direito de primogenitura. Na verdade, Esaú desprezou seu lugar na linhagem das promessas da aliança. E o pior de tudo: Esaú não achou lugar para arrependimento, embora com lágrimas o tivesse buscado (Gn 27:38; cf. 2Co. 10:7). O fato de Esaú ter pecado é aceitável vindo de uma criatura caída, embora não seja recomendável. Mas, o fato dEle não ter conseguido arrepender-se é trágico! Uma verdade aqui merece destaque: o arrependimento é um dom de Deus. É a bondade e a benignidade de Deus que nos leva ao arrependimento, conforme Paulo nos ensina em Romanos 2:4. Não conseguimos nos arrepender quando quisermos. Até para nos arrependermos, dependemos do Senhor conceder-nos o arrependimento. Ou seja, não podemos viver como quisermos achando que conseguiremos nos arrepender quando quisermos. Isso é um forte alerta a todos nós a buscarmos desde já a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb. 14:12).
Portanto, com o exemplo de Esaú, concluímos que diante da sociedade e até mesmo da igreja a qual participamos, podemos ser considerados crentes “puros”, ou seja, sem vícios prejudiciais ao corpo, bem como, sermos pessoas trabalhadoras e até honestas nos negócios. Podemos ainda ser bons pais de família, bons patrões, confiáveis empregados, fiéis membros de igreja. Podemos também, ser pessoas que cuidam da saúde, fugindo da promiscuidade, envolvidas em amizades sadias e ainda assim, sermos impuros ou profanos diante de Deus. A questão é a mesma que seduziu Esaú: espiritual versus material. Temos amado e servido a quem: a Deus ou as coisas terrenas?
Devemos examinar-nos enquanto é tempo. Temos trocado a busca pela santidade a qual ninguém verá o Senhor por coisas terrenas? Os exemplos são muitos: temos amado mais o lucro do que a verdade, negociando nossa paz com Deus por um negócio mais lucrativo (I Co 10:31)? Temos mentido a nosso respeito para evitar danos causados pela pratica da verdade à nossa imagem (Ef. 4:25)? Temos manipulado as pessoas a fim de que sejamos protegidos em nossos pecados, evitando confessá-los (Tg 5:16)? Trocamos nossa boa consciência por uma piada suja (Ef. 4:32)? Trocamos nossa paz com Deus por uma revista pornográfica (Hb 14:12)? Trocamos nossa santidade por ambientes e amizades mundanos e impróprios a cristãos (I João 2:6)? Temos preferido amizades mundanas a amigos da fé (Tg. 4:4)? Temos amado o mundo e as coisas que há no mundo (I João 2:15 a 17)? Temos cultivado pensamentos de ganância, inveja, ódio (Fl 4:8)? Enfim, temos amado mais as coisas espirituais ou as coisas materiais?
Hoje, diante de Deus, você tem vivido de forma impura ou profana como foi Esaú? Lembremo-nos que tudo que plantarmos iremos colher (Gl.6:7) e que pode ser tarde demais para nos arrependermos, pois é a bondade de Deus que nos leva ao arrependimento (Rm. 2:4), logo o arrependimento é dom de Deus. Não temos a capacidade de arrepender quando quisermos. Dependemos da bondade do Senhor em conceder-nos o arrependimento! João já nos alterou sobre nossa total dependência, ao nos dizer no capítulo 15:5 que "sem Ele nada podeis fazer". Nada mesmo, nem nos arrepender por conta própria!
Então, todo aquele que prefere as coisas materiais diante das espirituais, todo aquele que faz da graça de Deus, do amor de Deus, da misericórdia de Deus algo sem valor, inexpressivo, substituível, ainda que diante da sociedade e da igreja ele seja considerado um bom crente, uma boa pessoa, um bom pai, diante de Deus ele não passa de um impuro ou profano como foi Esaú.
Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 14 de abril de 2008

ESPAÇO DO PRÉ- ADOLESCENTE

E ae moçadinha, tudo beleza? Vou escrever um pouco, e bem rápido, sobre um assunto que vocês devem ler com muita atenção. Vamos lá ao que interessa então.
Muitos pré-adolescentes acham que amar a Deus e viver uma vida obediente ao que Jesus ensina é coisa pra gente velha. Que nada! Na Bíblia temos muitos exemplos de pessoas que começaram a amar a Deus quando tinham a idade de vocês. Mesmo ainda sendo pré-adolescentes, vocês já podem também começara amar a Deus e estudar a Bíblia. Deus cuida e ama vocês.
Você que hoje é um pré-adolescente, acha que esse papo de ler a Bíblia, de crer em Jesus como Senhor e Salvador da sua vida é um assunto pra você pensar quando tiver mais velho? Você acha que se você amar a Deus sua vida vai ficar chata e você não vai mais ter tempo de brincar e passear? Se você pensa assim, quero te dizer que você está muito enganado, sabia? Muitos homens de Deus que estão na Bíblia, e que vocês já conhecem a história deles, começaram a amar a Deus quando tinham a idade de vocês. E eles nunca se arrependeram por isso!!! Samuel, Josias, Moisés, Davi, José, Daniel e muitos outros começaram a buscar a Deus desde cedo e por isso foram pessoas que amaram a Deus sempre, sendo felizes por serem obedientes aos ensinamentos da Bíblia. Deus ama e cuida das crianças também, assim como ama e cuida dos adultos e dos velhos! Nunca somos pequenos demais para começarmos a buscar ao Senhor. Jesus não está esperando você ficar maior e mais velho para que possa crer Nele. É hora de você pensar de verdade sobre Deus! É hora de você saber e crer que Jesus morreu por sua vida também e que hoje Ele quer morar em você para sempre.
É preciso saber que você pode dedicar sua infância para Deus como fizeram os heróis da fé. Sabe como você pode fazer isso? Lendo a Bíblia, crendo que Jesus é o único Deus veradeiro, crendo que Deus é o criador de tudo, também, indo às reuniões da igreja, orando, louvando a Deus, obedecendo aos seus pais, falando a verdade com todos, perdoando as pessoas que te fazem mal, pedindo perdão quando você briga na hora do recreio, no futebol, com seu irmão em casa. Existem muitas maneiras de você obedecer a Deus e mostrar seu amor por Ele.
E você sabia que aqueles que amam a Deus, creêm em tudo que está escrito na Bíblia?
E então, o que você achou de começar a buscar ao Senhor Jesus na idade que você está hoje? Pense nisso agora.
Um abração pra todos vocês e até a próxima!!
Alexandre Bornelli *
*Este texto foi escrito especialmente para os meus alunos da escola dominical.

sábado, 12 de abril de 2008

OS OPOSTOS QUE NÃO SE ATRAEM

A maioria dos que procuraram conselho com relação a escolha de sua futura esposa (o), provavelmente foram aconselhados pelos mais experientes com a seguinte afirmação: os opostos se atraem. Livros foram escritos e palestras já foram realizadas neste sentido. É necessário que saibamos conviver com as diferenças que, via de regra, existem entre o casal. Celebrar as diferenças é o grande desafio da vida relacional. No aspecto da vida natural, isto é saudável e precisamos realmente aprender a tirar os proveitos que estas diferenças trazem para o relacionamento para que um ajude o outro e ambos sejam amadurecidos.
Entretanto, esta máxima - os opostos se atraem - não pode ser aplicada em nossa vida espiritual. Ao tratarmos da vida cristã, comparada com a vida do mundo, vemos que são vidas extremamente opostas entre si. A possibilidade de conciliá-las e de celebrar as diferenças é algo pecaminoso porque a Bíblia condena (Tg 4:4). A vida com Deus e a vida com o mundo são completamente distintas. Uma nada tem a ver com a outra. Trata-se de luz e trevas.
A Bíblia está repleta de exemplos e exortações claras a respeito da total diferença que há entre Deus e o mundo. Somos ensiandos em Colossenses 1:13 que "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho seu amor." Também Tiago, em sua carta, capítulo 4, verso4, afirma: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. A exortação de Tiago é um alerta contra a infidelidade espiritual. Uma repreensão severa para aqueles que pensam poder conciliar Deus e o mundo. Calvino diz: "Tiago os chama de adúlteros porque eles se corromperam com as vaidades deste mundo". Infiéis, para Tiago, tem o mesmo sentido do alguém que trai o cônjuge. Augustus Nicodemus Lopes em sua interpretação sobre o Livro de Tiago, editora Cultura Cristã, pag. 124, afirma: "O termo infiéis aqui, portanto, se refere à quebra dos votos e compromissos assumidos por ocasião da conversão e do batismo, em que os cristãos haviam jurado que seriam de Deus e que o serviriam. O adultério espiritual deles se constituía no fato de que, sendo cristãos e pertencendo a Deus pela aliança, estavam amando exatamente aquele que é o inimigo de Deus - não compreendeis que a amizade como mundo é inimiga de Deus? A 'amizade do mundo' significa 'amizade ao mundo' ou 'amizade com o mundo' (NVI)." O que Tiago está nos deixando muito claro é que não podemos viver bem amando a Deus e ao mundo. O perigo é pensarmos que o mundo é um lugar neutro, que tanto faz amar o mundo ou não, desde que eu ame a Deus também. A primeira objeção a isto é que é impossível amarmos os dois, ou amamos a Deus ou amamos o mundo. A segunda objeção é que o mundo não é um lugar neutro, ao contrário, ele jaz no maligno (Jo 12:31; IJo 5:19). É prudente então nos perguntar se queremos ainda quer ser amigos do mundo depois desta advertência de Tiago? Caso queiramos, então estamos declarando nossa inimizade com Deus. Não há como concluir de outra forma! É a Palavra de Deus quem afirma esta verdade. Estejamos cientes do que as Escrituras dizem sobre o que Deus fará no juízo aos que se tornarem seus inimigos. Somos ensinados que: "tu destróis todos os que são infiéis para contigo" (Salmo 73:27; Lc 19:27 e Hb 10:31).
Ora, a princípio a exortação de Tiago mais nos deixa indignados com o aparente excesso de zelo espiritual do que propriamente, nos exorta sobre a importância de amarmos somente a Cristo. Isso, porque ela toca em nossa "ferida", em nosso ponto fraco - nosso coração espiritualmente infiel. Achamos até que Tiago está sendo muito radical e se assemelhando a um fanático religioso ao dizer que nossa amizade com o mundo nos torna inimigos de Deus, quando na verdade, nós é que somos cristãos divididos e infiéis a Deus. Tentamos, em vão, dar um jeitinho brasileiro ao tentar viver com um pé no mundo e outro na igreja.
Completando a idéia que os opostos não se atraem, temos o ensinamento de Paulo, em II Coríntios 5:17: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. Os que já nasceram de novo são novas criaturas. Ou seja, não são mais criaturas do mundo, não amam mais o mundo, não pertencem mais ao mundo (ao menos não deveriam). Vemos aqui outro ponto que torna inconciliável a vida cristã com a vida do mundo. Os que já nasceram de novo, formam o grupo das novas criaturas. Estas, portanto, não podem mais viver como viviam antes, “segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos...” (Ef. 2:3). E, como uma nova criatura, separada por Deus, poderá continuar amando as coisas do mundo, inerentes da velha criatura?
A Bíblia é tão clara ao enfatizar que não há harmonia nenhuma e nem mesmo pode haver, entre a vida cristã e a vida mundana. Contudo, insistimos inúmeras vezes viver divididos entre Deus e o mundo, tentando provar que a Bíblia está errada. Alguém já disse: “pior que um mundano declarado, é um crente divido”.
Como vimos, a exortação de Paulo que combate frontalmente este estilo pecaminoso de vida é severa: “ E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...” Não conformar aqui é simplesmente não tomar a forma, não se amoldar ao mundo. Como nós, que já nasceu de novo, que já é nova criatura em Cristo, está vivendo hoje? Insistimos em conciliar as coisas do mundo com as coisas de Deus? Pensamos ser possível viver com um pé na igreja e outro no mundo? Tentamos conciliar festas e igreja? Impureza e santidade? Oração e palavrão? Leitura da Bíblia e leituras pornográficas? A esses, a Bíblia chama de adúlteros e infiéis.
Augustus Nicodemus extrai uma preciosa lição de Tiago 4:4, ao dizer que "ser amigo do mundo é uma decisão pessoal - 'aquele pois que quiser...'. Ou seja, ninguém é culpado por nossa amizade com o mundo. Nada justifica nossa infidelidade e nosso adultério espiritual para com Deus! Somos nós mesmos os infiéis e adúlteros, porque o pecado tem o origem em nosso coração depravado, conforme o própria ensinamento de Tiago no cap. 1 versos 13 a 15.
Paulo, escrevendo na carta de Tito, cap. 2: 11 e 12, nos dá uma profunda visão de como o crente deve viver neste mundo. Leiamos atentamente este texto: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente...” É assim que temos vivido? Temos renegado as paixões mundanas, ou temos abraçado todas elas? Temos desistido de programas e ambientes impuros onde reina a bebedice, sensualidade, confusão e todo tipo de bagunça? Temos visto que a vida cristã e a vida do mundo são irreconciliáveis? Amigos de Deus e inimigos do mundo, ou amigos do mundo e inimigos de Deus, qual a nossa situação?
Finalmente, a exortação do apóstolo João é muito bem-vinda e oportuna a todos nós. Que estas sábias palavras possam ainda, encontrar terreno fértil em nosso coração para que produza frutos dignos de arrependimento para a honra e glória do nosso Senhor Jesus.

“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo quanto há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem com as suas concupiscências; aquele, porém, que faz a vontade de Deus, permanece eternamente.” (I João 2:15 a 17).

alexandre pereira bornelli

terça-feira, 8 de abril de 2008

JOVEM: QUAL É O SEU STATUS?


O mundo hoje é dos internautas, dizem muitos. E, para a juventude de hoje, não há como se referir à internet sem associar a idéia do messenger, ou, “msn”. A “epidemia” do msn tem contaminado a maioria.
Aos que usam o MSN sabem que é possível informar aos seus contatos virtuais o seu status, avisando a todos, sua situação como internauta: on-line, offline, ocupado, volto logo, ausente, ao telefone e em horário de almoço. Quando alguém escolhe, por exemplo, o status ocupado, está dizendo para seus contatos não o chamarem naquele momento, pois não poderá responder. De repente, o mesmo internauta que estava ocupado pode estar novamente disponível para conversas, modificando seu status para on-line. O status pode se alterar varias vezes durante o dia.
A questão é: como cristãos, podemos alterar nosso status diante de Deus?!? A Bíblia nos responde com um sonoro não! O Salmo 139 é um relato indiscutível, mostrando-nos que vivemos na presença de Deus todos os dias da nossa vida, 24 horas por dia! Não há nada, nenhum lugar, não existe nenhuma maneira de estarmos escondidos da presença de Deus. Deus nos conhece e sabe tudo a nosso respeito: o que falamos, pensamos, sentimos, nossas intenções etc. Mas, apesar desta suprema verdade que vivemos na presença de Deus diuturnamente, muitos crentes não querem estabelecer um relacionamento sincero e real com Deus, mas sim, buscam um relacionamento próximo ao contato virtual. Muitos jovens, principalmente, desconsiderando ou desconhecendo a verdade da onisciência e onipresença de Deus, pensam ser possível fugir ou mesmo ausentar-se, ainda que por alguns instantes, dos olhos do Senhor. Então, acabam, na ignorância, informando ao Senhor quando estão on-line, offlline, por exemplo, como se isso fosse possível. Principalmente os jovens cristãos de hoje pensam ser possível estabelecer um relacionamento com Deus, como o fazem pelo MSN com seus amigos. Observemos alguns status oferecidos pelo MSN, para ver se não estamos nos relacionando com Deus, da mesma forma que estamos usando o messenger.
O primeiro status é o online. Todos os crentes sentem-se online com Deus quando estão na reunião da igreja. Ali, durante o culto da igreja, tentam se comportar de tal forma a parecerem cristãos dedicados. Vestem a máscara e se esforçam por aguentar uma hora e meia a aparência de cristão verdadeiro. Porém, durante a semana, pensam que Deus está de folga. Em meio a correria do dia-a-dia, cheio de afazeres, estudo, provas, trabalho e festas sentem-se por demais atarefados para pensarem em Deus. Então, tal jovem informará a Deus que está ocupado, como uma forma de desculpar-se por não estar lendo a Bíblia e dedicando-se ao Senhor em primeiro lugar. Ocupado pra quê? Certamente, ocupado para orar ao Senhor sobre aquilo que está fazendo ou que irá fazer; ocupado para agradecer a Deus pela vida, pelo dia, pela família, pela igreja etc. Ocupado, quem sabe, para relembrar, para trazer á memória aquilo que lhe dará novamente esperança, ou seja, que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã sobre nossas vidas (Lam. Jeremis 3:21). Ocupado também para dar um bom testemunho cristão no trabalho, na escola, na universidade, no namoro, no clube etc. Agora, se este “crente internauta” vai a alguma boate, se ele vai a algum lugar onde sabe que não deveria ir como cristão, ele informará seu status a Deus dizendo: Senhor, volto logo. Porque esse status volto logo? Ora, porque tal jovem sabe em seu íntimo, que Deus não aprova o que ele irá fazer, sabe que não deve ir a determinada festa da faculdade, na escola, sabe que irá participar de um lugar que irá roubar-lhe a paz, sabe que o lugar onde ele irá com seus amigos é reprovado a um cristão ir, sabe que não glorifica a Deus, sabe que o tipo de namoro que está levando tem sido um mau testemunho cristão. Então, ele prefere enganar sua própria consciência, dizendo volto logo a Deus, pensando que assim Deus não irá saber onde foi, com quem foi e o que fez. Agostinho já disse: “Nunca faça aquilo que Cristo jamais abençoaria, e nunca vá a um lugar onde Cristo não possa ir em sua companhia”. Ainda temos outro status muito utilizado por alguns jovens, que é o status ausente. Neste caso, o jovem crente já está com tantos pecados acumulados não confessados, está com uma vida tão suja, tão imunda, atolada em pecados, que sua consciência já se cauterizou, tornando-a insensível ao alerta do Espírito Santo (Cl.3:15), que tal jovem sente-se ausente diante de Deus. Ou seja, ele perdeu por todo o tempo (certamente até que Deus o restaure) a certeza de que Deus o vê a todo instante e sabe tudo de sua vida. Ele vive como se não existisse Deus, ou como se Deus não fosse capaz de conhecê-lo, e de saber tudo sobre sua vida.
Diante destes status, como temos nos relacionado no dia a dia com Deus? Temos crido que Deus é Soberano e nos conhece completamente? Cremos quando a Bíblia diz que não há lugar no universo que podemos nos esconder de Deus? A certeza de que Deus nos conhece desde antes da fundação do mundo, que Ele sabe tudo a nosso respeito, desde o que pensamos até o que falamos, e que não há lugar no universo que podemos nos ausentar ou nos esconder Dele (Salmo 139), precisa ser restaurada urgentemente em cada um de nós. Clamemos pelas misericórdias de Deus e por arrependimento.
Jovem, sempre estamos online diante de Deus! Todos nós vivemos na presença de Deus 24 horas por dia! Não adianta enganar nossa cabeça, pensando ser possível fazer determinada coisa que Deus não saberá ou que Deus tolera determinados pecados só pelo fato de ser jovem. De jeito nenhum!
Portanto, não há também como bloquear Deus de nosso contato para fazermos coisas escondidas dEle. Ainda que estejamos só, Deus está nos vendo. Ele sabe tudo a nosso respeito. Então, busquemos um relacionamento real com Deus. Devemos viver um relacionamento vivo e transparente com nosso Senhor, de tal forma conscientes da presença de Deus em nosso dia a dia, aonde quer que estivermos, que isto nos leve a rever nossa vida, nossos caminhos, nossas amizades, os lugares onde temos freqüentado, nos arrependendo dos nossos maus caminhos. Que esta verdade irrefutável ganhe nosso coração para que confessemos nossos pecados ao Senhor, clamando por arrependimento e buscando uma vida de santidade ao Senhor enquanto há tempo para isso.

Alexandre P. Bornelli



sexta-feira, 4 de abril de 2008

ISAÍAS 40:15

"Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta."

PENSE NISSO AGORA

“Se vós apenas desejásseis obter o conhecimento de Deus e das coisas celestiais tanto quanto desejais saber exercer vossa profissão, já teríeis vos lançado a este empreendimento, sem vos importardes com o custo ou as dificuldades, até que o tivésseis obtido. Mas vós dedicais de bom grado sete anos a aprender a profissão, e nem um dia, em cada sete, quereis entregar ao aprendizado diligente das coisas concernentes à vossa salvação”

Richard Baxter

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A CRUZ ANTIGA E A NOVA

Totalmente sem aviso e desapercebida, uma nova cruz surgiu nos círculos populares evangélicos nos tempos modernos. Parece-se com a antiga cruz, mas é diferente: as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais.
Desta nova cruz brotou uma nova filosofia da vida cristã, e dessa nova filosofia proveio uma nova técnica evangélica - um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Esta nova evangelização emprega a mesma linguagem da antiga, mas seu conteúdo não é o mesmo e a sua ênfase não é como antes.
A cruz antiga não fazia barganhas com o mundo. Para a jactanciosa carne de Adão, ela significava o fim da jornada. Punha em execução a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana; ao contrario, é uma companheira amigável e, se corretamente entendida, é fonte de oceanos de boa e limpa diversão e de inocente prazer. Ela deixa Adão viver sem interferência. A motivação da sua vida não sofre mudança; o seu prazer continua sendo a razão do seu viver, soa que agora ele se deleita em cantar coros e em ver películas (filmes) religiosas, em vez de cantar canções obscenas e beber bebidas alcóolicas fortes. A tônica ainda está no prazer, embora agora a diversão esteja agora num superior plano moral, se não intelectual.
A nova cruz estimula uma abordagem evangelística nova e inteiramente diversa. O evangelista não exige renúúcia da velha vida para que se possa receber a nova. Ele não prega contrastes; prega similaridades. Procura caminho para o interesse do publico mostrando que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; ao invés disso, oferece a mesma coisa que o mundo oferece, só que num nível mais alto. Seja o que for que o mundo enlouquecido pelo pecado reclame para si no momento, com inteligência se demonstra que exatamente isso o evangelho oferece, só que o produto religioso é melhor.
A nova cruz não destrói o pecador; redireciona-o. Aparelha-o para um modo de viver mais limpo e mais belo e poupa o seu respeito próprio. Àquele que é auto-afirmativo, ela diz: "Venha e afirme-se por Cristo". Ao egoísta diz: "Venha e exalte-se no Senhor". Ao que procura viva emoção diz: "Venha e goze a vibrante emoção do companheirismo cristão". A mensagem cristã sofre torção na direção da moda em voga, para que se torne aceitável ao público.
A filosofia que está por trás desse tipo de coisa pode ser sincera, mas sua sinceridade não a faz menos falsa. É falsa porque é cega. Falta-lhe por completo todo o significado da cruz.
A antiga cruz é um símbolo de morte. Ela representa o abrupto e violento fim do ser humano. Na época dos romanos, o homem que tomava sua cruz e se punha a caminho já tinha dito adeus a seus amigos. Não voltaria. Estava saindo para o termino de tudo. A cruz não fazia acordo, não modificava nada e nada poupava; eliminava o homem, completamente e para sempre. Não procurava manter boas relações com a sua vítima. Feria rude e brutalmente, e quando tinha terminado o seu trabalho, o homem já não existia.
A raça de Adão está sob sentença de morte. Não há comutação nem fuga. Deus não pode aprovar nenhum fruto do pecado, por mais inocente ou belo que pareça aos olhos dos homens. Deus salva o indivíduo liquidando-o e, depois, ressuscitando-o para uma vida nova.
A evangelização que traça paralelos amistosos entre os caminhos de Deus e os dos homens é falsa para Bíblia e cruel para as almas de seus ouvintes. A fé crista não é paralela ao mundo; secciona-o. Quando vimos a Cristo, não elevamos a nossa velha vida a um plano mais alto; deixamo-la aos pés da cruz. O grão de trigo tem de cair no solo e morrer.
É preciso que nós, que pregamos o Evangelho, não nos consideremos como agentes de relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. É preciso que não nos imaginemos comissionados para tornar Cristo aceitável ao grande comercio, à imprensa, ao mundo dos esportes ou à educação moderna. Não somos diplomatas, mas profetas, e a nossa mensagem não é um acordo, mas um ultimato.
Deus oferece vida, não porém uma velha vida melhorada. A vida que Ele oferece é vida posterior à morte. É vida que se mantém sempre no lado oposto ao da cruz. Quem quiser possuí-la, terá de passar sob a vara. Terá de repudiar-se a si próprio e aquiescer-se à justa sentença de Deus que o condena.
Que significa isso para o indivíduo, para o condenado que desejar achar vida em Cristo Jesus? Como poderá esta teologia ser transferida para a vida? Simplesmente, é preciso que ele se arrependa e creia. É preciso que ele abandone os seus pecados e então prossiga e abandone a si mesmo. Que não cubra nada. Que não procure fazer acordo com Deus, mas incline a cabeça para o golpe do severo desprazer e Deus e reconheça que merece morrer.
Feito isso, que ele contemple com singela confiança o Senhor ressurreto, e do Senhor lhe virão vida, renascimento, purificação e poder. A cruz que deu cabo a vida terrena de Jesus agora põe fim ao pecador; e o poder que levantou Cristo dentre os mortos agora o ressuscita para uma nova vida ao lado de Cristo.
A qualquer que faça objeção a isso ou que o considere meramente como uma estreita e particular visão da verdade, permita-me-se dizer que Deus fixou Seu caminho de aprovação nesta mensagem, desde os dias de Paulo até ao presente. Quer exposto nestas exatas palavras quer não, tem sido este o conteúdo de toda pregação que tem trazido vida e poder ao mundo através dos séculos. Os místicos, os reformadores, os avivalistas, tem posto aqui a sua ênfase, e sinais, maravilhas e poderosas operações do Espírito Santo deram testemunho de aprovação de Deus.
Ousaremos nós, os herdeiros desse legado de poder, adulterar a verdade? Ousaremos apagar com os nossos grosseiros lápis as linhas impressas ou alterar o modelo que nos foi mostrado no Monte? Não o permita Deus. Preguemos a velha cruz e conheceremos o antigo poder.


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( A. W. Tozer )

terça-feira, 1 de abril de 2008

SESSENTA MINUTOS!

Um asteróide está na rota de colisão da Terra, e você tem uma hora de vida. O que você faria com seus últimos 60 minutos? Esta pergunta foi feita em cima do lançamento de um livro de Steven Sivell que usa a clássica premissa de uma inevitável colisão de um meteoro como uma metáfora para ameaças à raça humana. Eis o resultado da pesquisa: 54% disse que passaria seus últimos momentos com seus parentes e amigos queridos pessoalmente ou no telefone. “A pesquisa, entretanto, revelou uma grande onde hedonista – 13% dos entrevistados sentariam e esperariam o inevitável com uma taça de champanhe”, diz o texto. Sexo seria a opção de apenas 9%, enquanto 3% rezariam; 2% disseram que comeriam algum alimento rico em gordura. Outros 2% decidiriam que é hora de começar a roubar.
Evidentemente que o livro não tem nada a ver com o cristianismo. Por isso, a colisão de um asteróide que causará o fim do mundo é uma falácia. O mundo vai acabar, mas não será por causa de um asteróide. Nós, cristãos, cremos piamente que Jesus Cristo virá nos buscar e então, será o fim.
Entretanto, podemos extrair uma urgente advertência, ao adaptarmos a pergunta para nossa reflexão como cristãos e peregrinos nesta terra. Jesus Cristo está voltando e nós temos uma hora de vida. O que faríamos com nossos últimos 60 minutos? Pense bem e seja sincero antes de responder a si mesmo. O problema, é que estamos tão enredados com este mundo, tão envolvidos com as riquezas, o bem-estar, o lazer, o trabalho, os amigos, nossa carreira, que nem mesmo pensamos que Cristo poderia voltar daqui a sessenta minutos. Mas, isso poderá acontecer!
A verdade é que não sabemos quanto tempo temos de vida. Ninguém sabe quando será a volta do Senhor, embora saibamos que ela acontecerá no tempo exato de Deus. Jesus Cristo poderá nos levar (pela morte) ou, poderá nos buscar (com sua segunda vinda, sem que passemos pela morte) em questão de pouco tempo. Devemos, portanto, viver nossa vida, preparados para encontrar nosso Senhor a qualquer instante. Afinal, pode ser que de fato o encontremos logo mesmo! Por isso, precisamos da Graça de Deus para sermos sondados e guiados a viver vidas piedosas todos os dias, em todos os momentos. Não podemos procrastinar ao escutarmos a voz de Deus nos chamando para uma vida mais íntima com Ele enquanto há tempo. Deus, sabiamente, advertindo o povo de Israel, em Hebreus 3:15, diz: “Hoje, se ouvirdes a sua voz não endureçais o vosso coração...”. O dia de Deus se chama hoje; o dia do diabo se chama amanhã.
Nossa vida deve ser de tal forma íntegra e comprometida com Deus, nosso andar sempre na Luz, praticando a Verdade e glorificando a Deus em tudo o que fizermos (ICor. 10:31) que nosso viver não se modificaria se soubéssemos que teríamos somente mais 60 minutos ou mais 60 anos de vida! Continuaríamos a viver nossa vida piedosa, continuaríamos a viver em santidade ao Senhor, a trabalhar, a sermos honestos, sendo testemunhas vivas do amor de Deus, para a glória de Cristo! Foi este o significado dá máxima escrita por Martinho Lutero, quando disse: “Ainda que soubesse que o mundo explodiria amanhã, mesmo assim, eu plantaria a minha tenra macieira e pagaria as minhas dívidas.”
Cristo vindo nos buscar em 60 minutos, você continuaria vivendo da mesma maneira que está vivendo agora? Suas prioridades seriam as mesmas? Sua maneira de trabalhar, relacionar, negociar, falar, agir, pensar seria a mesma? Você como marido, esposa, filho (a) seria o mesmo? Procuremos pensar, refletir e orar a Deus e, se necessário0 for, peçamos que o Senhor nos conceda o arrependimento genuíno (Rm. 2:4) para que possamos viver sempre preparados para encontrar nosso Senhor Jesus Cristo, em santidade de vida (Hb 12:14)!

Alexandre P. Bornelli